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As equipes da TVE e da FM Cultura 107.7 receberam a visita da deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e do deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), em comissão formada para estudar a situação das fundações extintas pelo governo Sartori.

O objetivo das visitas é fazer um levantamento se houve economia real gerada pelas extinções e da situação de cada fundação. Os deputados já visitaram a extinta FEE, o Instituto Desidério Finamor, ligado à extinta Fepagro, e a extinta Cientec.

Os deputados foram recebidos pelo diretor do Departamento de Radiodifusão e Audiovisual da Secretaria, Caio Klein, e pelos jornalistas Léo Nuñez, Hilda Maria Haubert, Patrícia Flesch, Lirian Sifuentes e Rochele Zago Corrêa.

Na época da extinção, o Movimento dos Servidores da TVE e FM Cultura 107.7 levantou que a economia gerada pela extinção seria de apenas 0,4% de todos os gastos do governo do Estado.

“A extinção das fundações gerou muitas perdas para o Estado e pelo que vimos até agora nenhuma economia real nas contas públicas. Garantir uma programação pública e um canal em que o Estado se reconheça é essencial para o trabalho da TVE. Queremos levar para a Assembleia Legislativa uma alternativa para retomar esse trabalho tão importante para garantir um espaço democrático de comunicação do RS”, ressaltou a deputada Luciana Genro.

“As dificuldades orçamentárias atuais seriam facilmente superadas com incentivo à produção e parcerias com outras produtores regionais. Impressionante que o governador Eduardo Leite ainda não tenha revertido essa situação”, declarou o deputado Mainardi.

A TVE já foi a segunda maior retransmissora do Rio Grande do Sul e já chegou a ter 15 programas diários. Hoje, conta com apenas quatro: Radar TVE, Frente a Frente, Estação Cultura e Consumidor em Pauta. A jornalista Patrícia Flesch destacou que a TVE tem um papel fundamental para a economia da cultura do Estado:

“O Rio Grande do Sul não se vê mais na TV. Nós éramos a emissora com o maior número de programas locais”, relembra Patrícia.

Depois de Fundação Piratini ser extinta, a TVE e a Rádio FM Cultura passaram a fazer parte do Departamento de Radio Difusão e Audiovisual da Secretaria Estadual da Comunicação. Por causa disso, as emissoras recebem recursos do Caixa Único do Estado, dividido com todas as outras demandas do governo estadual. Antes da extinção, a Fundação chegou a captar até R$ 2 milhões via Lei Rouanet.

Com essa nova estrutura, há demora e mais burocracia na hora da aprovação da programação. Um dos casos aconteceu durante o processo de negociação de transmissão da Série Ouro do Campeonato Gaúcho de Futsal. Como não podem receber recursos pela transmissão, a Procuradoria Geral do Estado demorou de abril até agosto para dar uma resposta à emissora autorizando a transmissão.

A situação dos funcionários também é precária. São 150 funcionários sem acesso a um refeitório e, há dois anos, sem reajuste de salário e perda de benefícios pela falta de acordo coletivo da categoria dos jornalistas e radialistas, conforme Léo Nuñez, um dos coordenadores do departamento de Jornalismo da TVE.

Hoje, os profissionais da comunicação estão lotados na Secretaria Estadual da Comunicação, o que gera um conflito entre comunicação pública e comunicação estatal. Não há mais telejornais na grade de programação da emissora, apenas boletins jornalísticos veiculados ao longo do dia, sem horário fixo. Há apenas dois motoristas para atender a produção diária de conteúdo tanto da TVE quanto da FM Cultura.

O site da FM Cultura 107.7, por exemplo, está sem atualização desde julho de 2018, obedecendo, naquela época, o que determinava a legislação eleitoral. Mesmo oito meses após Eduardo Leite assumir o novo governo, o site segue desatualizado. Os radialistas e produtores da emissora também solicitam uma modernização nos equipamentos como o desenvolvimento de um aplicativo para os ouvintes e melhores condições de trabalho para seguir desenvolvendo a programação.