A deputada estadual eleita Luciana Genro (PSOL) participou, na noite desta quarta-feira (28/11), de um debate sobre os rumos da política promovido por alunos do curso de Jornalismo da Unisinos. O evento contou com a participação do também deputado estadual eleito Fábio Ostermann (NOVO). A intenção dos estudantes era promover o encontro de dois representantes com ideias distintas a respeito do papel do Estado e das medidas a serem adotadas para enfrentar a crise política e econômica.
“O que queremos é um Estado decente, que não seja vítima de quadrilhas que estorquem os cofres públicos em benefício próprio. O Estado tem servido aos interesses do topo da pirâmide social ao longo de sua história. Existem 6 famílias que detêm a mesma riqueza de 100 milhões de pessoas no Brasil. É uma concentração de renda brutal, porque o Estado tem favorecido os interesses desta minoria”, disse Luciana Genro.
A deputada eleita ainda criticou a privatização do Banrisul, defendida pelo governo federal. “Ter um banco em que o Estado é acionista majoritário lhe dá a possibilidade de implementar políticas públicas de interesse do povo, de incentivo à agricultura, à indústria, ao comércio e às mais diversas formas de organização econômica”, ressaltou.
Luciana lembrou que as privatizações não irão resolver o problema da falta de recursos para saúde, educação e segurança no RS, pois o dinheiro será usado para diminuir o estoque da dívida pública com a União. “O drama do Rio Grande do Sul vai continuar igual”, resumiu.
Ela ainda defendeu a revisão da política de isenções fiscais a grandes empresas sem contrapartidas justas e cobrou transparência sobre estes incentivos. “Antes de entregarmos um ativo tão valioso como é o Banrisul, que dá tanta possibilidade de fazer política pública, vamos acabar com a farra dos incentivos fiscais e abrir essa caixa preta. Vamos submeter à sociedade o direito de decidir se acha justo que o Estado continue abrindo mão de receita para que alguns grupos empresariais lucrem e gerem meia dúzia de empregos, enquanto falta dinheiro para educação e saúde”, concluiu.