café da manhã no Sindicato dos Engenheiros (SENGE-RS)
café da manhã no Sindicato dos Engenheiros (SENGE-RS)

| Gestão Pública
Luciana Genro, Pedro Ruas e Roberto Robaina foram recebidos pela direção do SENGE-RS | Foto: Álvaro Andrade

Luciana Genro, Pedro Ruas e Roberto Robaina foram recebidos pela direção do SENGE-RS | Foto: Álvaro Andrade

A pré-candidata do PSOL à prefeitura de Porto Alegre, Luciana Genro, abriu a série de encontros que o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul promove nas eleições municipais deste ano. O deputado estadual Pedro Ruas e o pré-candidato a vereador, Roberto Robaina, acompanharam o encontro com a diretoria do SENGE-RS. No café da manhã realizado na sede da entidade, os membros da diretoria apresentaram os problemas que engenheiros têm enfrentado na atual gestão da prefeitura e explicaram de que forma isso afeta o andamento de obras e projetos na cidade.

A principal demanda apresentada foi a valorização dos quadros técnicos na estrutura das secretarias, que hoje acabam substituídos por cargos de confiança. O presidente do sindicato, Alexandre Wollmann, citou os problemas no conduto Álvaro Chaves e lembrou que não época o órgão era comandado por um sociólogo. “Há um decreto que determina que engenheiro comande o departamento”, disse.

Luciana destacou que a conversa com o SENGE é estratégica para planejamento da cidade e reafirmou o compromisso de cortar 70% dos cargos de confiança e de valorizar os servidores de carreira. “Vamos governar com a inteligência da cidade, aproveitar o conhecimento acumulado e envolver quadros técnicos, entidades e iniciativa privada. Neste sentido o SENGE é um parceiro fundamental”, garantiu.

Na conversa com a diretoria ficou claro que diversos problemas enfrentados pelos porto-alegrenses têm relação direta com loteamento de cargos por pessoas sem qualificação técnica e alvo de interferências políticas. Foram citadas áreas vitais da cidade em que não há comando técnico adequado, como engenharia de trânsito, obras de infraestrutura viária e até mesmo a falta de qualidade na água fornecida pelo DMAE, que vem sedo entregue com cheiro e gosto nas torneiras.

Luciana pediu ao SENGE um mapa dos cargos técnicos para colocação de engenheiros em áreas fundamentais. “Queremos gestão eficiente e mãos limpas”, frisou.

A pré-candidata assegurou que quer ser prefeita para fazer de Porto Alegre “um exemplo vivo de que é possível governar de outra forma, sem apadrinhamento, com cidadania organizada é possível transformar a cidade pra melhor.”

Governar com a inteligência da cidade

Luciana corroborou a avaliação da diretoria do SENGE de que os problemas da cidade decorrem do pagamento de favores assumidos e a distribuição de cargos sem critérios técnicos. “Meu principal adversário montou uma coalização de forças com um grupo de amigos que depois vai receber em troca o loteamento da prefeitura. Todos os problemas citados aqui têm origem no loteamento partidário. Quero governar com a cidadania, com o sindicatos e movimentos sociais influindo e ajudando na construção e fiscalização.”

Ela assegurou que a pré-candidatura não tem compromissos com forças políticas. “Meu compromisso é com a sociedade. Quero dar a vocês e aos demais setores que conhecem a cidade a oportunidade de governar. Sou a única candidata com chances reais de vencer que pode fazer isso, todos os outros já nasceram comprometidos com esse sistema político. Vamos inverter essa lógica e mostrar que é possível”, concluiu.

Entre os problemas citados por Luciana decorrentes da falta de planejamento na cidade, estão as obras de mobilidade atrasadas e sem previsão de conclusão. “Prometeram BRTs com todo conforto e agora só trocam o piso. A dívida da prefeitura aumentou brutalmente e não se conclui um projeto alegando que falta dinheiro. Onde foram parar os recursos?”, indagou.

A pré-candidata ainda citou os recentes escândalos de corrupção no Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), que na avaliação dela é resultado da desestruturação do serviço público em detrimento de terceirizações. “É um processo de desmonte característico do PMDB, visto em nível municipal, estadual e nacional, que precisamos reverter. Isso passa por valorização dos quadros técnicos. Onde pudermos, vamos reverter as terceirizações ou pelo menos ter quadros técnicos que possam fiscalizar. A recente fraude no DEP é um exemplo claro da falta de fiscalização”, resumiu.

Luciana, Ruas e Robaina receberam uma cartilha com uma pauta de 10 itens elaborada pelo Sindicato dos Engenheiros com sugestões que podem ser implementadas após eleição.