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No Brasil começamos o ano em meio às medidas de ajuste e ataque aos direitos históricos dos trabalhadores anunciadas pelo governo Dilma. O primeiro aviso do que pode ser 2015 chega da Grécia. Syriza, um partido irmão que como o nosso se opõe aos ajustes do governo e decretado pela troika comandada por Angela Merkel (FMI, Banco Central Europeu e Comunidade Europeia), tem possibilidade de ganhar as próximas eleições. Se isso ocorre não muda somente a situação Grega, será uma grande sacudida na política de ajuste que hoje se aplica a toda Europa, o que certamente terá repercussão em outros países, inclusive o nosso.

 

Os Partidos do ajuste colapsaram

A Grécia encerrou 2014 com mais dívida pública do que em 2011, com mais dívida externa e, sobretudo com mais desemprego e pobreza. Por isso, o atual governo de Samara, genuíno gerente do ajuste que se impôs pela troika, não teve votos suficientes para que o parlamento escolhesse o presidente e por isso em 25 de janeiro ocorrerão eleições antecipadas.

E o fiasco do governo conservador Grego ocorre quando o partido Syriza de Alexis Tsipras está na frente em todas as pesquisas. Como falou a imprensa europeia e americana “soaram os alarmes nos quartéis generais da Comissão Europeia, mas sobretudo na chancelaria alemã”.

Alexis Tsipras já anunciou que o primeiro ato de governo em caso de vitória será renegociar o resgate europeu e deixar de aplicar o plano de austeridade que a Troika negociou com os governos gregos, investindo esse dinheiro para recuperar o poder dos salários e reativar a economia.

Statis Kouvélakis, membro do comitê central do Syriza afirmou em reportagem da Esquerda.Net, que acreditava em uma vitória contundente, já que as pesquisas apontam 35% dos votos o que somado aos 50 assentos a mais no parlamento, que é garantido ao partido mais votado, colocaria o Syriza em condições favoráveis para formar um governo anti-austeridade. Se Syriza consegue ganhar a eleição e formar governo uma nova situação pode se abrir na Grécia e ter uma grande repercussão mundial.

Não será uma tarefa fácil, o povo grego enfrentará a maior campanha de terror midiático para que isso não ocorra. O aparato estatal burguês não só o grego, mas essencialmente o europeu, vão levar adiante uma campanha de intimidação não só política, mas física para impor o medo que pode significar o trinfo do Syriza, vai tentar reduzir ao máximo o crescimento do partido para obrigar que tenha que governar em coalizão com outros partidos.

O PSOL aposta e apoia o Syriza que é a expressão nas eleições do grande processo de resistência que já leva quatro anos contra as medidas de auteridade impostas pela Troika sobre os trabalhadores, o povo e a juventude grega.

A luta contra a Troika está colocada

A renegociação da dívida e o rechaço das medidas de austeridade da troika mudam as regras com as quais os governos europeus têm atuado até agora, que vinham cumprindo ao pé da letra os compromissos com a Troika. O não pagamento, mesmo de uma parte da dívida, abre uma situação inédita e isso acontecerá no momento em que o continente está agitado por conta da intransigência do ajuste da Troika. Há poucos dias ocorreram greves gerais na Itália e na Bélgica, e na Espanha surgiu o novo partido Podemos, uma formação inédita que se localiza em primeiro lugar nas pesquisas e rechaça o ajuste e como Syriza defende o enfretamento ao grande capital financeiro e pelo fim das medidas de austeridade.

A luta contra os planos leoninos dirigidos por Merkel e apoiado pelo governo francês está lançada. O problema agora já não é só econômico e sim político. Se o Syriza ganha não só se dinamiza a situação na Grécia como em toda Eurozona. A política até o momento foi pagar ou pagar, cumprir ou cumprir os planos de austeridade. Isso passará a estar em questão e terá repercussão em todo o mundo, também no Brasil.

Desde que começou a crise e a resistência na Grécia o PSOL vem apoiando o Syriza pelo seu caráter amplo, democrático e anti-austeridade desde que obteve 5% dos votos em 2011. Nestas eleições também contam com todo nosso apoio.

 

4/01/2015

 

Secretaria de Relações Internacionais do PSOL