O começo
A vida política de Luciana Genro começou cedo, aos 14 anos de idade, no colégio Júlio de Castilhos (Julinho), em Porto Alegre, escola estadual que sempre foi um reduto da militância estudantil. Luciana respirou política desde criança, através do pai, Tarso Genro , que exilou-se no Uruguai logo após seu nascimento, e do seu avô, Adelmo Genro, cassado pela ditadura quando era vice prefeito de Santa Maria. Em 1974, Tarso retornou ao Brasil e se mudou com a família para Porto Alegre, onde a mãe de Luciana, Sandra Genro, foi fazer a residência médica.
O Julinho era lugar de efervescência do movimento estudantil. Foi lá que Luciana Genro iniciou sua militância e fez seu primeiro discurso, no dia 8 de março de 1985, Dia Internacional da Mulher. Mas antes disso, ainda no Colégio Maria Imaculada, onde estudou até a 8ª série, Luciana já tinha organizado um jornalzinho para politizar os alunos, chamado “Manifesto Estudantil”.
Em 1988 Luciana ganhou seu maior presente: o nascimento de Fernando Marcel Genro Robaina, seu filho com Roberto Robaina, com quem viveu por 4 anos. Até hoje, Luciana e Roberto seguem juntos como companheiros de militância no PSOL.
A vida profissional de Luciana começou em 1988, quando se tornou professora de inglês, tendo atuado em vários cursos, como a Cultura Inglesa, e no Colégio Israelita. Lecionou até 1994, quando foi eleita deputada estadual pela primeira vez. Foi na escola de inglês onde ela trabalhava que conheceu o jornalista Sérgio Bueno, seu marido até hoje, pai da Luísa, sua enteada. O casal não teve filhos juntos, mas adotou vários animais de rua, gatas e cachorros.
Deputada estadual a serviço dos trabalhadores e da juventude
Em 1994, Luciana, que nunca tinha sido candidata, foi eleita deputada estadual. Era um momento no qual a juventude estava em ascensão. O Fora Collor tinha acontecido há poucos anos e o papel que a juventude desempenhou naquele momento inspirava os jovens a participar da política. Luciana foi eleita com mais de 17 mil votos, assumindo seu primeiro mandato com apenas 24 anos. Seu primeiro mandato foi marcado pela luta contra o desmonte do Estado e a corrupção, especialmente na CORSAN, a Companhia de Saneamento do Estado. Desde o primeiro mandato Luciana ficou conhecida como uma deputada aguerrida, sempre presente nas lutas dos trabalhadores e da juventude.
Em 1998, Luciana Genro foi reeleita com o dobro da votação que havia obtido em sua primeira eleição. Neste mandato Luciana construiu uma relação especial com os trabalhadores em educação que enfrentaram o governo petista em uma longa greve. Luciana foi a única petista a insurgir-se contra o governo para defender a categoria, tendo inclusive sofrido sanções partidárias. Nesse episódio teve oportunidade de mostrar que tinha lado e que jamais iria trair seu compromisso com a classe trabalhadora. Foi uma prévia do que aconteceu depois, no governo Lula.
Fundação do PSOL
Em 2002, Luciana foi candidata a deputada federal, mas o PT já avançava em um processo de degeneração e de abandono de importantes pontos programáticos. Nesta campanha Luciana já alertava: ou o governo Lula vai cumprir seu compromisso de mudança ou vai cumprir seu compromisso com os banqueiros. A “Carta ao Povo Brasileiro” divulgada por Lula durante a campanha afirmava o compromisso do governo de manter a política econômica do Fernando Henrique Cardoso, o que de fato aconteceu. Lula nomeou Henrique Meirelles, do Bank of Boston e deputado federal eleito pelo PSDB, para presidente do Banco Central, e o PT apoiou José Sarney na presidência do Senado. Desde o início Luciana, Heloísa Helena e Babá entraram em choque direto com o governo.
O momento mais tenso desse embate foi quando o governo enviou a proposta de reforma da previdência para a Câmara e queria que todos os deputados do PT votassem a favor. Era uma reforma que tiraria direitos dos servidores públicos e instituiria a cobrança de contribuição dos já aposentados.
Luciana Genro, Heloísa Helena, Babá e João Fontes não se submeteram e votaram contra essa reforma. Em dezembro de 2003, o Diretório Nacional do PT, sob o comando de José Dirceu e José Genoíno, votou a expulsão dos “radicais”. Roberto Robaina, que era membro do Diretório Nacional, desfiliou-se do partido e, junto com dirigentes políticos e sindicais de todo o Brasil, deram início a construção do PSOL. Fruto desta experiência política, Luciana escreveu, junto com Roberto Robaina, o livro “A falência do PT e a atualidade da luta socialista” (2004, LPM).
No final de 2005, o PSOL foi legalizado e oficialmente fundado.
Deputada federal: coerência e luta
O primeiro mandato de Luciana Genro como deputada federal foi marcado por este embate político com o governo Lula e pela construção do novo partido. Mas a deputada também apresentou vários projetos de lei na Câmara Federal. Um deles chegou a ser aprovado na Câmara e acabou congelado no Senado: o projeto para que bancos paguem os impostos sobre operações de leasing no local onde estão instalados e não onde está sua matriz, beneficiando municípios como Porto Alegre que não são sedes da matriz dos bancos.
Outro projeto fundamental e que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara é o que regulamenta o IGF, impostos sobre as grandes fortunas, criado pela Constituição de 1988 mas nunca regulamentado. Toda a burguesia e as elites econômicas do país se voltaram para a Câmara Federal quando a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o PLC de Luciana. Obviamente que a proposta não andou mais.
Luciana participou também, como membro titular, da Comissão da Reforma Tributária. Lá, apresentou vários projetos que mudariam a estrutura da tributação no Brasil, que é extremamente injusta, por tributar em excesso o trabalho e o consumo e tributar pouco a riqueza e a propriedade. Várias das propostas que Luciana apresentou também tratavam da tributação dos bancos, fazendo com que eles paguem mais impostos e sejam extintas certas isenções, como a que isenta de impostos os estrangeiros que investem na bolsa de valores. Outras propostas foram no sentido de desonerar os trabalhadores e a classe média, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda.
O segundo mandato de Luciana como deputada federal, já eleita pelo PSOL com mais de 180 mil votos, foi marcado pela CPI do Apagão Aéreo, da qual ela foi membro titular. A CPI teve início após uma inédita paralisação dos controladores de vôo e um acidente aéreo com um avião da Gol, e convulsionada pela tragédia com um avião da TAM.
Nessa comissão Luciana apresentou um relatório paralelo ao do deputado Marco Maia, então relator da CPI. Esse relatório incorporou as questões trazidas pelos controladores de vôo, pelos familiares das vítimas dos acidentes e demonstrou que o relatório oficial estava protegendo as autoridades, o comando da Aeronáutica e da Infraero. O relatório de Luciana Genro acabou, em vários aspectos, sendo confirmado pelas investigações da polícia, além de servir, ainda, de base jurídica para a luta que os familiares dos mortos no acidente da TAM travam na justiça para buscar indenizações, mas principalmente na luta pela punição dos responsáveis por aquela tragédia. Graças a este trabalho, Luciana foi homenageada pela associação dos familiares das vítimas do acidente da TAM e também ficou conhecida como a “madrinha” dos controladores de vôo.
Na luta contra a corrupção
A luta contra a corrupção foi uma marca desde o primeiro mandato de Luciana Genro como deputada estadual e federal. Em 2004 e 2005, o Brasil foi sacudido por denúncias que envolviam diretamente o PT, no chamado escândalo do Mensalão. Grande parte dos envolvidos foram julgados no Conselho de Ética da Câmara e seus pedidos de cassação encaminhados para o plenário, no qual o voto ainda era secreto. Luciana fez questão de ir à tribuna em todos os episódios e abrir o voto pela cassação de todos os envolvidos.
Foi um momento crítico na política nacional, novas levas de petistas romperam com o partido e se somaram à construção do PSOL e o partido se credenciou nessa pauta, mostrando ser coerente na luta contra a corrupção, não importando se é promovida pelo PSDB, PT, ou qualquer outro partido. O PSOL foi o partido que sempre esteve à frente dos pedidos de cassação dos parlamentares acusados de corrupção, como Sarney, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
Junho de 2013 e a eleição presidencial de 2014
A população brasileira, farta das altas tarifas e de péssimos serviços, se rebelou em junho de 2013, demonstrando nas ruas seu descontentamento com um modelo que não promoveu nenhuma mudança estrutural na vida dos trabalhadores das grandes cidades. A contradição explodiu em dois temas centrais: o transporte e os gastos com a Copa. Porto Alegre foi pioneira nestes movimentos, que configuraram um verdadeiro levante popular e juvenil. Luciana foi parte deste momento histórico, presente nas passeatas em Porto Alegre e São Paulo.
Foi neste contexto que em 2014, Luciana Genro encarou o desafio de representar o PSOL na disputa pela Presidência da República, obtendo 1.612.186 votos e ficando em quarto lugar. A campanha de Luciana foi um importante epicentro de mobilização em torno de bandeiras de esquerda que empolgaram a juventude e todos aqueles que desejavam uma alternativa conectada com as demandas apresentadas em junho de 2013.
O PSOL empunhou nas eleições a defesa de uma revolução tributária no país, com a taxação das grandes fortunas e o alívio na tributação sobre o salário e o consumo, a luta por mais direitos para a população LGBT, para as mulheres e para os negros e negras. Luciana Genro foi a primeira candidata presidencial da história do Brasil a colocar o tema da homofobia e da transfobia nos debates de televisão, tornando-se uma referência nacional para toda a comunidade LGBT brasileira.
Em seu programa de governo e durante a participação nos debates, Luciana Genro representou uma alternativa ao governo do PT e à velha direita liderada pelo PSDB. Esta alternativa ficou expressa na denúncia da corrupção cometida por ambos os partidos, sintetizada em uma frase: “É o sujo falando do mal lavado”, dita após a troca de acusações mútuas entre petistas e tucanos.
Outro episódio célebre das eleições de 2014 foi o momento em que Luciana Genro mandou Aécio Neves, do PSDB, abaixar o dedo que ele havia levantado para ela. “Não levante esse dedo para mim”, disse Luciana, transformando a frase em um símbolo da luta das mulheres contra o machismo. E ao abrir o debate da Rede Globo, o último do primeiro turno, Luciana fez um forte discurso contra o monopólio da mídia e o bloqueio que o PSOL sofreu durante a campanha pela própria Globo, que realizou uma cobertura completamente desigual das candidaturas.
Pelos direitos das mulheres e LGBTs
Em 2015 Luciana foi coordenadora da primeira bancada do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, liderada pelo deputado Pedro Ruas. Além de contribuir com sua experiência política na luta contra o desmonte do Estado e em defesa dos direitos dos servidores públicos, Luciana pode demonstrar seu compromisso com a causa LGBT e com a luta das mulheres organizando a edição de duas publicações fundamentais para a luta por mais direitos: a Cartilha LGBT e a Cartilha de Mulheres. Ambas contam com a lista de legislações que já asseguram direitos a mulheres e LGBTs, dicas de filmes e livros e textos com análises políticas sobre os temas, com contribuições de lideranças destas lutas e pesquisadoras destes temas.
A vontade de mudar Porto Alegre
Luciana foi candidata a prefeita de Porto Alegre em 2008, quando sua candidatura viabilizou a eleição da primeira bancada do PSOL na Câmara Municipal de Porto Alegre, com Fernanda Melchionna e Pedro Ruas, e 2016 quando a bancada ampliou-se para 3 vereadores. Em ambas as oportunidades Luciana disputou com a garra de quem quer vencer, e a construção de um programa de governo de forma democrática e participativa foram a marca das campanhas. Em 2016, Luciana buscou a inspiração na experiência do Podemos, da Espanha, fazendo da construção do programa um momento de mobilização e participação da cidadania. Mas a construção programática não se limitou a uma plataforma virtual.
Em 2016, Luciana Genro percorreu a cidade em dezenas de reuniões presenciais, ouvindo especialistas, trabalhadores e usuários dos serviços públicos do município. Além disso, foram realizados encontros temáticos e dezenas de reuniões para debater temas como o direito à cidade, saúde, segurança, educação, assistência social, precarização do trabalho, situação dos municipários, reciclagem, meio ambiente, planejamento urbano, direitos dos LGBTs, direitos das mulheres e até dos animais. Também aconteceram visitas e reuniões nos bairros mais pobres da cidade, onde se reuniram militantes, gente simples do povo e também especialistas, professores, médicos e pesquisadores. Com Luciana, o PSOL mostrou que é bom de oposição, mas que quer e tem propostas para governar.
A luta não para
Desde 2011 Luciana não ocupa nenhum cargo parlamentar. Mesmo tendo sido a 8ª deputada federal mais votada do Rio grande do sul, Luciana não foi reeleita em 2010 pois o PSOL não atingiu o coeficiente necessário para obter uma cadeira na Câmara Federal. Também neste momento Tarso Genro, pai de Luciana, foi eleito governador e a justiça considerou Luciana inelegível no Rio Grande do Sul. Quem pensou que Luciana iria desanimar, equivocou-se.
Luciana seguiu na militância, como dirigente nacional do PSOL, foi presidente da Fundação Lauro Campos e também investiu na sua formação profissional, concluindo seu curso de direito e abrindo o escritório Genro & Genro. Também lançou o livro “Direitos Humanos: O Brasil no Banco dos Réus (ed. LTR)”, no qual faz uma avaliação sobre a Lei da Anistia e a impunidade dos torturadores. Fez ainda uma especialização em direito penal e também mestrado em Filosofia do Direito na USP, orientada pelo jurista e professor Alysson Mascaro, concluída em 2015 com a dissertação “Forma política e forma jurídica: horizontes de transição”.
A criação do Emancipa – Educação Popular
Um dos maiores orgulhos da vida de Luciana Genro ocorreu justamente neste momento: a criação do Emancipa – Educação Popular. Desde 2011 o Emancipa oferece cursinho gratuito para jovens de baixa renda, preparando-os para o vestibular e ENEM. Em 8 anos mais de 500 jovens ingressaram na universidade com a ajuda do Emancipa, tanto na UFRGS como através do PROUNI.
Em 2017 Luciana resolveu levar o Emancipa mais longe e criou a Emancipa Mulher, uma escola de formação feminista e antirracista, promovendo cursos e palestras em Porto Alegre e outros municípios do Rio Grande do Sul. Para chegar mais perto das comunidades o Emancipa também abriu a Casa Emancipa Restinga, oferecendo cultura, esporte e educação em um dos bairros mais populosos e pobres de Porto Alegre.
Em 2018, a ONG também protagonizou dois eventos importantes em Porto Alegre. O debate “130 anos após a abolição: segue o genocídio da periferia”, que pautou o racismo e a guerra aos pobres, e também a Arena LGBT, que reuniu ativistas da causa de diversos movimentos para debater os problemas e as lutas da comunidade LGBT.
Em 2017, Luciana desenvolveu outros dois projetos através do Emancipa: a Emancipa Mulher e a Casa Emancipa Restinga.
A Emancipa Mulher é uma escola de formação feminista e antirracista idealizada por Luciana, que conta com a coordenação pedagógica de Joanna Burigo, mestre em Gênero pela London School of Economics, e com a coordenação executiva de Carla Zanella, cientista social e militante do Juntos Negras e Negros.
O curso Laudelina de Campos Mello, criado no ano passado por Joanna Burigo e Winnie Bueno, aborda temas como o histórico dos movimentos de mulheres, a luta do povo negro e o papel das mulheres negras no feminismo, a relação entre mercado de trabalho e corporalidade, masculinidades, representação de mídia e saúde da mulher. O ciclo Feminismo em Debate levou essa discussão a vários municípios, com convidadas muito especiais, professoras, pesquisadores e mulheres ativistas. A Emancipa Mulher também realizou a Arena Feminista em Porto Alegre. Um evento que reuniu mulheres de vários movimentos para debater a luta e as pautas feministas.
Também em 2017 foi inaugurada a Casa Emancipa Restinga, em um dos bairros mais carentes de Porto Alegre. Coordenada pela Cris Machado, a casa oferece educação, cultura e esporte para a comunidade. Em 2018, a Emancipa Restinga idealizou e ajudou a organizar a 1ª Parada LGBTinga, que foi um grande sucesso reunindo milhares de pessoas em defesa dos direitos LGBTs.
Para Luciana a experiência de fundar e dirigir uma ONG “é muito estimulante, pois vemos um resultado muito concreto do nosso trabalho”.
Ela conta que sempre se emociona quando um ex-aluno do Emancipa relata como o cursinho foi importante na sua vida: “Hoje temos, inclusive, ex-alunos que são nossos professores e outros tantos que estão na universidade e sempre comparecem nas nossas aulas inaugurais para relatar a experiência e incentivar os novos alunos.”
No Rio Grande do Sul, o Emancipa realiza projetos de educação popular também em outras cidades: Gravataí, Bagé, Novo Hamburgo, Guaíba, Pelotas e Charqueadas.
Coordenador do Emancipa cursinho, o professor Rodrigo Nickel conta que as atividades vão desde os cursinhos pré-vestibulares, aulas de preparação para o Ensino Médio, alfabetização e projetos de práticas esportivas. A intenção é que as próprias pessoas envolvidas em suas comunidades atuem na linha de frente das iniciativas. “Uma das nossas premissas é a construção coletiva das atividades, estabelecendo coordenações em que podem participar todas as pessoas que atuam efetivamente”, explica Rodrigo.
Em Gravataí, o jovem professor de artes marciais Ruan Martins coordena as atividades esportivas do Emancipa. Na cidade de Pelotas, na Região Sul do estado, Mateus Oliveira é responsável pelo cursinho pré-universitário. Em Charqueadas, as atividades são supervisionadas por Gabriel Oliveira; em Novo Hamburgo, por Felipe Ventre e, em Guaíba, por Líbia Aquino.
Apoiando a cultura popular
Por meio do Emancipa Cultura, a ONG promove a cultura popular e apoiou a realização do Festival Zumbi dos Palmares, em parceria com o Embolamento Cultural em novembro de 2017 em Porto Alegre com a presença do rapper MV Bill, e a vinda do rapper Eduardo, ex-líder do grupo Facção Central, para debater seu livro “A guerra não declarada na visão de um favelado”, em Porto Alegre e Charqueadas. Além disso, o Emancipa também tem apoiado festivais de rap em outros municípios do interior do Rio Grande do Sul.
Um novo mandato e muitas lutas
Em 2018, Luciana Genro foi eleita deputada estadual com 73.865 votos, retornando para seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul 24 anos após ter sido eleita pela primeira vez.
O novo mandato de Luciana Genro é uma trincheira de luta em defesa dos trabalhadores, do funcionalismo, da juventude, das mulheres, das LGBTs e de todos que se organizam para enfrentar a exploração, a discriminação e o desmonte dos serviços públicos.
Ao longo do mandato, Luciana Genro aprovou e presidiu a Comissão Especial para Análise da Violência Contra a População LGBT. Também coordenou quatro Frentes Parlamentares: em defesa da moradia digna, dos trabalhadores da saúde, dos servidores públicos que recebem menos de um salário mínimo e das religiões de matriz africana.
Durante o mandato, Luciana aprovou o projeto que gerou a lei 15.366/2019, que determina a Proibição de fogos de artifício com ruído, uma demanda das pessoas autistas e dos protetores de animais. Também é autora da lei 15.400/2019, que prevê mecanismos de transparência na Farmácia do Estado, e coautora da lei15.610/2021, voltada para transparência na segurança pública.
A mulher mais votada
Em 2022, Luciana Genro foi reeleita como deputada estadual, sendo a segunda deputada mais votada no Rio Grande do Sul, além de ser a mulher e a parlamentar de esquerda mais votada. Este novo mandato carrega a responsabilidade com os 111.126 votos recebidos em todo o estado. Em 2023, no primeiro ano da nova legislatura, Luciana se tornou integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Assembleia Legislativa, e é a deputada a mais apresentar pareceres no colegiado.
Em 2024, Luciana assumiu um novo desafio: a presidência da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, órgão estratégico vinculado ao PSOL nacional, com a atribuição de promover o debate teórico, político e programático junto à militância do partido.
Também em 2024, Luciana lançou o livro “A Alemanha da revolução ao nazismo – Reflexões para a atualidade”. Na obra, ela aborda o período histórico que vai da Revolução Alemã, que derrubou a monarquia no país, até a ascensão do nazismo – passando pela atuação da esquerda socialista na época, destacando o papel de seus líderes, como Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, e apresentando paralelos e reflexões em relação à conjuntura política atual.