A deputada estadual eleita Luciana Genro, do PSOL, apresentou, em encontro com ao governador Eduardo Leite, do PSDB, as pautas em defesa da educação, da segurança pública, do funcionalismo público, das mulheres, das LGBTs e dos mais vulneráveis, a serem trabalhadas pelo seu mandato na Assembleia Legislativa. O encontro aconteceu nesta segunda-feira no Palácio Piratini.
Luciana destacou, principalmente, a divergência com o novo governador em relação ao funcionalismo público e aos trabalhadores, já conhecida a partir do anúncio de Leite da revisão do plano de carreira, principalmente o do magistério, para a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal.
“Não aceito pedir sacrifícios para os de baixo enquanto os de cima não fizerem o sacrifício dobrado”, defendeu Luciana.
A deputada eleita mostrou ao governador um contracheque de um servidor da área técnica da saúde para ilustrar casos em que funcionários ganham baixos salários e destacou a Frente Parlamentar para Análise da Situação dos Salários de Valor Abaixo do Mínimo Legal, uma iniciativa do deputado Pedro Ruas, também do PSOL, que seguirá sendo defendida por Luciana. A deputada relembrou sua defesa dos servidores inclusive na época do governo Olívio Dutra, quando ela ainda fazia parte do PT, e destacou que seguirá coerente na manutenção dos direitos dos trabalhadores.
Outro ponto em que a divergência entre PSOL e PSDB é conhecida é a pauta das privatizações, cuja oposição de Luciana também será dura e leal em defesa do patrimônio público e gaúcho, das estatais e das fundações extintas pelo ex-governador José Ivo Sartori, do PMDB.
A deputada destacou que será parceira do governador na medida em que este se dispuser a lutar nacionalmente pelo ressarcimento da Lei Kandir pois esta bandeira, assim como a auditoria da dívida e a revisão e transparência dos benefícios fiscais concedidos a grandes empresas, são pautas do PSOL desde a sua fundação.
Luciana destacou também as pautas relativas à defesa de uma educação sem censura, em contraposição ao projeto “Escola com Mordaça” e em apoio às mulheres e aos LGBTs, como a proposta de uma comissão especial dentro da Comissão de Direitos Humanos para debater o aumento da violência contra as mulheres e LGBTs, especialmente a população trans.
Luciana falou ainda da segurança pública, principalmente da situação dos presídios, cuja precariedade fortalece o poder das facções, aumentando a violência, e também das condições adversas a que são submetidos os familiares dos presos, que enfrentam filas demoradas para visitas e revistas vexatórias nos presídios.
Por fim Luciana ressaltou seu papel fiscalizatório, dizendo que estará atenta à corrupção e ao mau uso do dinheiro público, e entregou ao governador o programa de governo desenvolvido durante a campanha de Roberto Robaina ao governo do Estado pela coligação Independência e Luta para Mudar o Rio Grande, formada pelo PSOL-PCB nas últimas eleições.
“O governador demonstra uma vontade genuína de diálogo com os parlamentares, o que é muito positivo. Espero que esta disposição também se desdobre em diálogo com os servidores – pois, sem eles, não há governo que funcione – e em projetos que atendam as demandas dos que mais precisam de apoio do poder público. O PSOL será uma oposição dura, porém leal e construtiva”, afirma Luciana.