Imagens enviadas ao mandato por servidores mostram gravidade da situação.
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| Meio Ambiente

A deputada Luciana Genro (PSOL) está questionando a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA) sobre as condições estruturais do Museu de Ciências Naturais do Jardim Botânico de Porto Alegre. A parlamentar recebeu denúncias de que o prédio apresenta diversos problemas, incluindo infiltrações constantes, goteiras nos corredores, fiação exposta e laboratórios sem iluminação adequada, O desmonte do museu vem ocorrendo desde a extinção da Fundação Zoobotânica, ainda no governo Sartori, em 2018.

Os relatos dão conta de que houve episódios recentes de alagamentos que comprometeram materiais científicos e colocaram em risco tanto o funcionamento do museu quanto a segurança dos que ali trabalham. Recentemente, foram iniciadas obras no local, as quais poderiam representar melhorias, mas acaram resultando em uma piora nas infiltrações, gerando uma situação insalubre para os trabalhadores e espécimes.

O Museu de Ciências Naturais abriga coleções únicas sobre a flora e fauna do estado e do país. O Herbário do museu possui exsicatas coletadas ainda no século XIX pelo famoso naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, quando visitou o estado. Já a coleção de aracnologia é uma das mais importantes do Brasil, com mais de 150 mil espécimes.

“É inadmissível que um local de tamanha importância histórica, ecológica, ambiental e de formação acadêmica para nosso estado esteja nessa situação. A Fundação Zoobotânica foi extinta, o que já representou um retrocesso, mas o Jardim Botânico agora é ligado à SEMA. Então o governo precisa se responsabilizar e tomar atitudes urgentes”, aponta Luciana Genro. A deputada, então, oficiou a secretária Marjorie Kauffmann, via Lei de Acesso à Informação (LAI).

No documento, enviado dia 30 de maio, a parlamentar questiona acerca do diagnóstico da SEMA sobre as condições estruturais do prédio, sobre as obras em andamento e se há medidas emergenciais ou recursos extraordinários diante das infiltrações e alagamentos. Ainda, em relação aos trabalhadores do local, indaga se tem havido um diálogo com a equipe técnica, assim como com pesquisadores e instituições parceiras para construção de soluções conjuntas e planejamento de longo prazo para a manutenção do espaço.