As deputadas do PSOL Luciana Genro (estadual) e Fernanda Melchionna (federal) visitaram a Escola Estadual Humaitá após essa ter, mais uma vez, o seu pátio invadido pelo esgoto em meio às chuvas. Em razão da falta de um sistema de esgotamento eficiente no bairro, em especial na região da escola, centenas de alunos tiveram que ser resgatados das suas salas de aula com a ajuda de pallets comprados pela diretora da instituição com recursos próprios, em meio ao turno escolar, após a água e o esgoto terem invadido o pátio do prédio.
Segundo relatos da comunidade, dentre eles de ex-alunos e da própria diretora, essa é uma situação recorrente e que vem progressivamente se agravando com o passar dos anos, em especial, após o aumento de construções irregulares no bairro. A ex-aluna da escola e hoje presidenta da Associação de Mães Mãos à Obra, Tatiana Godoy, afirma que episódios como esse sempre aconteceram, inclusive quando ela frequentava o espaço há mais de 20 anos. “É inaceitável que uma situação como essa persista há tanto tempo. Além de impossibilitar as aulas, o transbordamento do esgoto e consequente invasão desse nas dependências da escola, gera prejuízos imensuráveis também à saúde de toda comunidade escolar. É preciso agir e é necessário que seja agora!”, defende Luciana Genro.
As mães, também presentes nessa visita, relataram que, além do trauma gerado nas crianças, os “resgates” precisam ser feitos em meio ao expediente de trabalho dos pais e responsáveis. Fato que inviabiliza o auxílio imediato aos alunos e prejudica as famílias que colocam em risco seus empregos quando precisam abandonar subitamente suas funções para atender aos filhos. Nesta quinta-feira (17) e sexta-feira (18), a escola precisou permanecer fechada diante da situação.
Enquanto caminhavam pela região, nas proximidades da escola, foi possível constatar que a Escola Estadual Humaitá não é a única atingida pelo problema. Diversos moradores relataram que o transbordo do esgoto é comum em diversas ruas do bairro. Ainda durante as chuvas, água e esgoto se misturam e tomam as ruas impossibilitando que os moradores deixem suas casas.
Foi possível constatar que são os moradores que tentam amenizar a situação, construindo valas que redirecionam o esgoto para as vias principais, mas a solução não é eficiente em razão do alto volume de esgotamento.
Perante tal cenário, a deputada Fernanda Melchionna se dispôs a propor uma emenda para a escola. “Nosso mandato já destinou R$ 5 milhões em emendas parlamentarespara a rede estadual de educação do RS e estamos pressionando o MEC para que a verba seja paga o mais rápido possível, para contribuir para a infraestrutura das escolas. E estamos dispostos a destinar mais recursos. Educação é prioridade e não é admissível que situações como esta sejam recorrentes e sigam sendo negligenciadas pelo governo do Estado.” Já Luciana Genro irá solicitar, em caráter de urgência, uma vistoria da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) no local para, de uma vez por todas, diagnosticar quais são as falhas na drenagem do esgoto que causam esse transtorno recorrente, afetando não apenas a escola, mas também diversas residências da região.
