Foto: Mariana Czamanski/ Agência ALRS
Foto: Mariana Czamanski/ Agência ALRS

| Terceirização

Após o jornal Matinal revelar um possível escândalo relacionado à terceirizada SV Apoio Logístico, que tem contratos com o governo do Rio Grande do Sul e com a Prefeitura de Porto Alegre, a deputada Luciana Genro (PSOL) analisa a viabilidade de pedir a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o caso.

Segundo as denúncias reveladas pelo veículo de comunicação, a SV foi contratada pelos governos para fornecer serviços de portaria, limpeza e manutenção de diversos locais, como secretarias, polícias, escolas e fundações. Ocorre que o nome que consta como sócio-administrador da empresa e assina contratos de R$ 39 milhões é um office boy que mora na periferia de Viamão.

“É um caso gravíssimo que se soma a outras tantas irregularidades nas empresas terceirizadas que prestam serviço ao setor público. Vamos analisar a possibilidade de uma CPI, a ser protocolada após o recesso”, afirmou Luciana Genro.

O suposto dono da SV Apoio Logístico, Antonio Garcia, afirmou ele próprio ao Matinal que não participa do dia a dia da empresa. O office boy informou trabalhar com o empresário e pastor evangélico Carlos Serba Varreira, ex-secretário geral do partido Solidariedade no RS e ex-vereador de Butiá.

Varreira, inclusive, chegou a ser preso em 2020 em uma investigação que apurou fraudes e desvios de dinheiro em Rio Pardo. Na época, a Polícia Federal apontou que ele operaria uma rede de terceirizadas em parceria com o ex-assessor da Assembleia Legislativa Renato Walter, que também foi preso temporariamente. A suspeita é de que Antonio Garcia seja um laranja.

Varreira e Walter também são sócios ocultos de outra empresa que presta serviços à Prefeitura, a SLP Serviços, que têm R$ 4,4 milhões em três contratos vigentes. A terceirizada, inclusive, vem atrasando desde junho os salários pagos para auxiliares de cozinha.

A deputada Luciana Genro tem acompanhado muitos casos de trabalhadores terceirizados com contratos precários e salários atrasados. “Sabemos que o problema é sistemático. Esse caso pode nos dar pistas das razões pelas quais há tantas irregularidades envolvendo terceirizadas”, coloca a parlamentar.