Foto: Paulo Garcia/ Agência ALRS
Foto: Paulo Garcia/ Agência ALRS

| mulheres | Notícias

Em maio de 2022, o governo do Rio Grande do Sul apresentou o prédio que seria a nova sede do Centro de Referência Estadual da Mulher Vânia Araújo, localizado no bairro Cidade Baixa. A então secretária da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Márcia Pires de La Torre, mostrou o imóvel à deputada Luciana Genro (PSOL) e detalhou que o local receberia um complexo onde funcionaria a Casa da Mulher Gaúcha. Um ano depois, a deputada volta a questionar o governo sobre o assunto, pois não há informações sobre as obras terem sido entregues, e o CRM pode ir para um outro lugar.

A proposta era que o imóvel seria reformado para receber um complexo, onde haveria espaço para abrigamento de mulheres vítimas de violência, além das sedes das diversas instituições que compõem a rede de atendimento. A prioridade seria o CRM, cuja obra seria realizada com recursos do projeto Avançar RS e estaria concluída ainda em 2022. O anúncio veio após denúncias de que o Centro de Referência havia passado a funcionar em uma sala no estacionamento do Centro Administrativo.

Segundo o anunciado à época, o orçamento previsto para a parte voltada a mulheres era de R$ 3 milhões, dos quais a secretária previa utilizar cerca de R$ 2 milhões ainda em 2022. Já em maio de 2023, porém, há informações de que o CRM ainda não foi transferido para o local e o prédio não seria mais utilizado para este fim, mesmo com verbas já tendo sido utilizadas para a reforma. O Centro segue funcionando no estacionamento.

Com o início da nova legislatura, Márcia deixou de ser a secretária da pasta. O CRM agora está vinculado ao Departamento de Políticas para as Mulheres, que é comandado por Tabata Bier, e se localiza na Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, cujo secretário é Mateus Wesp, ex-deputado do PSDB.

Prédio que foi anunciado como novo destino do CRM fica localizado na rua Miguel Teixeira, na Cidade Baixa.

“Diante do cenário, infelizmente parece que as políticas para mulheres estão mais uma vez sendo escanteadas pelo governo. O prédio que foi anunciado ano passado tinha um bom espaço físico, já estava com obras planejadas e já pertencia ao estado, ou seja, não haveria custo de aluguel. Queremos entender o que aconteceu nesse meio tempo para que a mudança não tenha se concretizado e, ao que tudo indica, não vá se concretizar”, aponta Luciana Genro.

Segundo informações recebidas pela deputada, o CRM não irá mais para o local previamente anunciado e passará a funcionar em um prédio localizado na rua Miguel Tostes, no bairro Rio Branco, afastando-se do Centro da cidade. Anteriormente, o serviço funcionava na Desembargador André da Rocha, e permaneceria na Cidade Baixa com a mudança proposta anteriormente pelo governo. A parlamentar também expressou preocupação com o fato de que o novo prédio seria alugado, quando é de conhecimento público que o governo do estado possui prédios desocupados.

Em ofício enviado ao governo, Luciana Genro questiona se procede a informação de que o prédio anteriormente anunciado não será mais utilizado, e quais os motivos para tal. Ainda, pergunta como foi feita a seleção do imóvel na Miguel Tostes, caso se confirme a transferência para lá, e qual a previsão de custo mensal para utilização do prédio.

Confira o vídeo em que Luciana Genro denuncia onde está o CRM:

Confira a íntegra do ofício: