Deputada Fernanda Melchionna e advogada Clarice Zanini participaram da Comissão a convite da deputada Luciana Genro.
Deputada Fernanda Melchionna e advogada Clarice Zanini participaram da Comissão a convite da deputada Luciana Genro.

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A convite da deputada estadual Luciana Genro (PSOL), a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) e a advogada Clarice Zanini levaram à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa a situação da Ocupação Marielle Franco, em Sapucaia do Sul. A comunidade de 450 famílias aguarda que o Estado extinga o processo de reintegração de posse, após acordo na Justiça e após a destinação de R$ 500 mil em emenda parlamentar por parte da deputada Fernanda Melchionna a serem aplicadas na regularização da área.

Como explicou a deputada federal, a área onde as famílias vivem é um terreno estadual que era originalmente destinado ao reassentamento de famílias que vivem na BR-118, as quais não quiseram ir para o local. As famílias da Marielle Franco ocupam a área há seis anos, sem acesso a direitos básicos como luz elétrica, água encanada, recolhimento de lixo e esgoto. “A Secretaria de Obras disse que tem interesse em regularizar, fizeram o processo de negociação, mas se não houver a desistência do Executivo no processo, os recursos não são liberados”, colocou Fernanda Melchionna.

A Secretaria, em reunião sobre o assunto, informou que o Executivo enviaria um projeto para a Assembleia Legislativa gravando a posse do terreno às famílias, o que também ainda não ocorreu. Embora tenha havido acordo com o Estado em relação à extinção do processo, o Executivo “demora muito para resolver” a situação, colocou a advogada Clarice Zanini, apontando que os recursos da emenda podem ser perdidos caso a aplicação da verba não se concretize. “Com a emenda da deputada Fernanda, houve um fortalecimento da comunidade, mas a possibilidade de se perder o dinheiro por uma morosidade é bem frustrante pra todos”, afirmou ela, que representa as famílias da ocupação.

A Frente Parlamentar em Defesa da Moradia Digna da Assembleia, coordenada pela deputada Luciana Genro, ainda em 2019 conseguiu um acordo para que a luz fosse ligada na comunidade, mas nem isso ainda foi concretizado. “Tenho acompanhado as promessas do secretário Stédile, que se compromete conosco em garantir que vai solicitar a luz, depois se compromete que vai abandonar o processo, mas não concretiza”, colocou Luciana Genro.

A deputada estadual sugeriu que a Comissão oficie a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Secretaria de Obras e a Casa Civil sobre o assunto para que sejam cumpridos os acordos. “Aquela comunidade está ali aguardando ansiosamente pelo seu direito de morar dignamente. É todo um processo de construção de acordos que foram feitos no âmbito judicial, com a iniciativa da deputada Fernanda de destinar as verbas para a regularização, que estão na iminência de serem desperdiçadas”, completou Luciana Genro.