Professores fizeram ato em formato de aula pública em frente ao Piratini.
Professores fizeram ato em formato de aula pública em frente ao Piratini.

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A deputada Luciana Genro (PSOL) esteve na manhã desta sexta-feira (10) apoiando a aula pública do 38º e 39º núcleos do Cpers/Sindicato em frente ao Palácio Piratini. Os núcleos da cidade de Porto Alegre foram afetados pela recente redução no adicional de difícil acesso, mais uma retirada de direitos sofrida pela categoria durante o governo Eduardo Leite. Os trabalhadores da educação enfrentam ainda a falta de valorização, confisco nas aposentadorias e a falta de reposição salarial há sete anos.

“Uma maioria formada pelo governo Leite na Assembleia Legislativa tem sistematicamente massacrado os servidores públicos em geral e os da educação em particular, em uma política de desmantelamento dos serviços públicos. O corte do difícil acesso é absolutamente inaceitável, porque além de ter aprovado uma lei que possibilitou a mudança do difícil acesso, o governo ainda está promovendo mais cortes, que a nosso ver são ilegais”, disse a deputada em sua fala aos professores e funcionários de escolas durante o ato. Na avaliação de Luciana, os novos cortes no adicional deveriam valer apenas para o próximo ano, devido à data em que foi emitida a portaria que determinou a redução, mas já começaram a ser descontados.

Luciana Genro colocou que novos cortes do difícil acesso são ilegais.

Durante a aula pública, professoras chamaram atenção para o fato de que, com mais essa redução – já havia ocorrido corte ao difícil acesso em 2020 – as escolas dos bairros mais afastados ficam prejudicadas, pela falta de professores, já que muitos não terão condições de se deslocar até as zonas mais distantes da região central da cidade, como a Restinga e o Sarandi, que são justamente locais onde há um grande número de estudantes de baixa renda.

A professora Neiva Lazzarotto, vice-diretora do Colégio Emílio Massot e diretora do 39º Núcleo do Cpers, fez uma demonstração com cestas básicas de alimentos, comparando o poder de compra de sete anos atrás e o atual, para expor as perdas salariais que a falta de reposição representa. “Estamos sendo obrigados a fazer campanha de solidariedade com professores e funcionários de escola, porque estão passando necessidade. Tem gente que teve que entregar apartamento, está morando com familiares ou amigos. Essa é a realidade que a gente veio mostrar”, colocou.

Neiva (ao centro) demonstrou que poder de compra dos professores caiu pela metade em sete anos.

“Nós todos aqui sabemos que, em fevereiro de 2020, Leite aprovou um pacote da morte, que destruiu todos os direitos das servidoras e dos servidores públicos. Depois disso, mesmo com a pandemia, ele continuou atacando os serviços públicos, cortando salários, não proporcionando condições de trabalho para as escolas e seguindo com uma política de privatização”, complementou Terezinha Bulle da Silva, diretora do 38º Núcleo.

Os professores e funcionários de escolas têm se mobilizado para buscar garantir reajuste salarial, após tantos anos sem reposição. Ao mesmo tempo, em todo o Estado escolas sofrem com obras inacabadas e falta de condições de funcionar por estarem sem luz ou sem estrutura física mínima. A deputada Luciana Genro vem acompanhando casos de instituições enfrentando problemas e cobrando da Secretaria de Educação. A secretária Raquel Teixeira foi convocada a ir na Comissão de Educação dialogar com os deputados sobre estes assuntos, após não comparecer quando foi convidada.