Bruno e Yago levaram o caso à Comissão a convite de Luciana Genro.
Bruno e Yago levaram o caso à Comissão a convite de Luciana Genro.

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Nesta quarta-feira (07) a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a pedido da deputada Luciana Genro (PSOL), ouviu o jovem trabalhador de 21 anos que denunciou ter sido vítima de racismo na cidade de Não-Me-Toque, na região do Alto Jacuí. A Comissão acompanhará o andamento do inquérito e cobrará do município políticas públicas de combate ao racismo. 

Bruno contou como caso de racismo aconteceu

Bruno Pereira Duarte da Silva relatou que estava no seu local de trabalho quando um cliente lhe entregou duas bananas e disse que aquele era o seu pagamento, já “que ele era descendente de macacos”. Bruno disse não ter entendido e o homem insistiu, visivelmente alterado. A situação foi denunciada nas redes sociais e após a repercussão, o homem voltou a perseguir o jovem, levando a vítima a registrar um novo boletim de ocorrência por ameaça.

Luciana Genro lembrou a importância da mobilização social e parlamentar para dar visibilidade ao caso, explicitando que um episódio desses é, sim, racismo e não pode ficar impune. 

Luciana Genro cobrou acompanhamento da Comissão

“Uma pessoa dessas se sente protegida no ambiente da cidade e isso é muito grave. Que a nossa Comissão possa acompanhar as diligências policiais, queremos saber os resultados e mais do que isso, garantir a vida do Bruno,” afirma a deputada.  

O caso revoltou muitas pessoas da cidade e da região e uma carreata reuniu mais de 50 carros em apoio ao jovem no último final de semana. O estudante de gastronomia Yago Eduardo Follmer, namorado de Bruno, conta que a partir da denúncia feita, outros relatos de racismo na cidade foram sendo recebidos. Esta indignação coletiva levou à criação da ONG Equidade, uma organização que prestará atendimento a pessoas que passam por qualquer tipo de violência, oferecendo informação e atendimento jurídico e psicológico. 

Yago conta que uma ONG foi criada a partir da indignação da comunidade

“Eu nunca tinha visto algo tão horrível em relação ao preconceito. Isso é racismo e é crime! Não vamos nos calar, não importa o quanto tentem nos abafar. Esperamos que a justiça seja feita,” declarou o estudante.