Deputada Luciana Genro (PSOL) esteve presente no ato em Porto Alegre. | Foto: Hugo Scotte
Deputada Luciana Genro (PSOL) esteve presente no ato em Porto Alegre. | Foto: Hugo Scotte

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No dia 13 de maio, data que marca a abolição da escravatura, a Coalizão Negra por Direitos realizou manifestações em diversas cidades do país para fortalecer a luta antirracista, a mobilização contra as chacinas e a defesa de vacina para todas e todos. Em Porto Alegre, o ato ocorreu a partir das 17h na Esquina Democrática e contou com a presença da deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e de diversos coletivos, como o movimento Juntos Negras e Negros e o Emancipa.

Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Contudo, o movimento negro denuncia historicamente a celebração desta data, argumentando que a abolição não garantiu, de fato, direitos e inclusão à população negra. Os ativistas explicam que alçar a Princesa Isabel à categoria de garantidora de uma suposta liberdade da negritude é apagar a história da luta de todas e todos que se mobilizaram por liberdade nos quilombos, como Zumbi, Dandara e muitos outros.

Emancipa, ONG de educação popular fundada por Luciana Genro, esteve presente na manifestação em Porto Alegre. | Foto: Hugo Scotte

“O racismo é indiscutível na nossa sociedade. E o que eu quero dizer, aqui, no meu lugar de mulher branca, é que nós, brancos e brancas, temos a obrigação de nos somar nessa luta. Porque nós somos os beneficiários do racismo”, declarou Luciana, coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos de Matriz Africana, em sua intervenção durante a manifestação. 

A frase “Queremos vacina, não chacina”, utilizada pelos organizadores, é uma referência à operação realizada pela Polícia Militar na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que vitimou 29 pessoas, majoritariamente negras. O dia 13 de maio marcou uma semana da chacina, considerada a operação mais letal dos últimos anos. 

Após as intervenções dos movimentos sociais, a manifestação caminhou até o Largo Zumbi dos Palmares, onde terminou com intervenção artística da liderança Jamaica, morador do Quilombo dos Machado.