Quem mora na cidade de Alvorada e depende de transporte público para se locomover vem enfrentando superlotação, cortes de linhas e demoras para conseguir embarcar nos coletivos. Na última terça-feira (2/03), a deputada Luciana Genro (PSOL) enviou ofícios à Prefeitura cobrando informações e providências a respeito da situação na cidade. Ela também estuda a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a empresa responsável pelo transporte na cidade.
Localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, Alvorada possui 207 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, e conta com apenas uma empresa para realizar o transporte municipal, a Viação Alvoradense Ltda (VAL), e uma que faz o trajeto intermunicipal, a Soul. Com a redução no número de passageiros devido à pandemia, no final de abril de 2020 a VAL reduziu em mais de 60% as linhas de ônibus que até então eram oferecidas. Segundo reportagem da Zero Hora à época, dos 11 itinerários disponibilizados até então, apenas quatro seguem existindo. A tarifa municipal na cidade custa R$ 4,70.
As quatro linhas atualmente em operação não entram em todos os bairros como faziam antes da redução, de acordo com a recepcionista Paula Lidiane Machado, moradora de Alvorada. Paula foi candidata à vereadora pelo PSOL em 2020 e procurou o mandato da deputada Luciana Genro para denunciar a situação da cidade. Ela aponta que, com a redução nas linhas, muitas vezes a população precisa pegar dois ônibus para chegar a seu destino, ou ainda utilizar o transporte intermunicipal mesmo para se deslocar dentro da cidade. Assim, tanto os ônibus da VAL quanto os da Soul estão constantemente superlotados.
Paula, que é recepcionista em uma clínica veterinária, trabalha presencialmente e depende do transporte público para chegar ao trabalho todos os dias. “Sinto na pele este descaso com o nosso transporte público. Um mês atrás eu peguei ônibus e já não tinha banco livre, três ou quatro paradas depois o ônibus lotou de uma forma que parecíamos sardinhas na lata. Está uma calamidade a situação”, relata. Devido a um problema no joelho, ela também tem dificuldades de se equilibrar no ônibus, mas raramente consegue ir sentada no trajeto que realiza.
Relatos semelhantes ao de Paula começaram a chegar à equipe da deputada Luciana Genro desde que a parlamentar anunciou o envio do ofício à Prefeitura. Usuários contam de situações em que precisam pegar dois ônibus para fazer trajetos curtos, além de precisar esperar por muito tempo na parada quando os coletivos já estão lotados e passam reto.
Diversos moradores comentaram situações de seus bairros, alguns dos quais ficaram sem linhas e a população precisa caminhar longas distâncias: “Tem que colocar mais ônibus, porque com essa epidemia os ônibus passam pela gente e só fazem sinal de luz que já estão cheios, estamos chegando atrasados nos serviços”, relatou uma usuária nas redes sociais da deputada. “Precisamos de mais ônibus, as pessoas têm que caminhar muito para pegar ônibus de manhã cedo, arriscando assaltos”, completou outra.
Luciana Genro envia ofício à Prefeitura
Luciana Genro enviou ofício solicitando ao Executivo municipal que garanta junto às empresas concessionárias a quantidade suficiente de ônibus para acabar com a superlotação, na tentativa de diminuir a possibilidade de transmissão do vírus; e que priorize os trabalhadores rodoviários e metroviários no plano de vacinação.
O segundo ofício enviado pela deputada pede que o poder público municipal envie uma planilha, referente aos meses de fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021, com detalhes da quantidade de ônibus oferecida em cada linha e do número de passageiros transportados em cada veículo, para que seja possível comparar a oferta de coletivos nos meses de referência e analisar as condições do transporte de passageiros.
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Publicado por Luciana Genro em Terça-feira, 2 de março de 2021