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A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa vai convocar uma audiência pública com os órgãos responsáveis por investigar os ataques racistas registrados em aulas virtuais de universidades e institutos federais neste mês. A pauta foi debatida nesta quarta-feira (15/07) na reunião da Comissão, após um pedido da deputada estadual Luciana Genro (PSOL).

Os ataques foram registrados em atividades virtuais da UFSM, UFRGS e IFRS, campus Restinga.

“Vamos convocar Ministério Público, Polícia Federal e todos os órgãos envolvidos para a audiência para que os autores sejam identificados e punidos. É importante também que essas ações sejam expostas e repudiadas publicamente pela sociedade”, destaca a deputada.

Agora os racistas estão se dedicando a atacar aulas universitárias e apresentações de TCCs. Esses crimes não podem ficar…

Posted by Luciana Genro on Friday, July 10, 2020

Participaram da audiência a técnica administrativa do IFRS Restinga, Elizete Santos, o professor José Rivair Macedo, do departamento de história da UFRGS, a socióloga e integrante do Coletivo Atinukês, Suelen Gonçalves e Cilas Machado, do Coletivo Juntos Negros e Negras.

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Elizete contou que os ataques aos participantes de uma roda de conversa promovida pelo IF Restinga para discutir o racismo a partir da visão dos moradores do bairro aconteceram em 8 de julho. As ofensas envolveram a reprodução de sons de macacos e os agressores foram retirados da sala virtual. Segundo Elizete, a direção do IF também está investiganado o caso. Já na UFRGS, o professor José Rivair relatou que os ataques anônimos tentaram desqualificar uma palestra sobre saúde e nutrição da população negra e que a UFRGS também já está trabalhando para identificar os autores das ofensas.

A socióloga Suelen Gonçalves, do Coletivo Atinukês, destacou a importância da reflexão coletiva da reunião, reunindo movimento negro e parlamentares da Assembleia Legislativa.

“Esses ataques refletem uma não aceitação do acesso que a população negra tem atualmente aos espaços acadêmicos por meio das ações afirmativas”, exemplificou.

Por fim, o ativista Cilas Machado citou o assassinato do jovem negro Gustavo Amaral, morto pela Brigada Militar na cidade de Marau.

O presidente da CCDH, Sergio Peres (PRB), também sugeriu que a comissão faça uma uma campanha institucional contra o racismo e o crime virtual.