Cleusi Coelho relatou agressão sofrida em audiência pública | Foto: Samir Oliveira
Cleusi Coelho relatou agressão sofrida em audiência pública | Foto: Samir Oliveira

| Direitos Humanos | Notícias

Trabalhadores que participaram da última greve geral no dia 14 de junho compareceram à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (10/07) para denunciar violências sofridas por parte da Brigada Militar durante as manifestações daquele dia. A audiência pública realizada pela comissão tratou especialmente da situação de Alvorada, cidade onde a repressão contra os ativistas foi mais intensa.

Um vídeo de cerca de 10 minutos demonstra uma série de agressões cometidas por policiais contra manifestantes em Alvorada. Ferimentos de mulheres atingidas por bombas de efeito moral no rosto também foram registrados.

Uma das pessoas agredidas é o líder comunitário Cleusi Coelho e assessor do mandato da deputada Luciana Genro (PSOL). “Eu nunca precisei tomar remédio na minha vida. Agora isso aqui virou a minha vida”, disse, exibindo todos os medicamentos que precisa tomar diariamente devido às dores causadas pelos ferimentos que sofreu. As imagens registram Cleusi sendo agredido por policiais próximo a uma parada de ônibus em Alvorada, num momento em que o protesto da greve já havia sido dispersado.

Para a deputada Luciana Genro, “o modus operandi da Brigada em Alvorada foi extremamente violento”. A deputada se reuniu com o comandante da corporação para denunciar os abusos e apresentar os vídeos com as agressões.

Luciana também solicitou ao comandante Mario Ikeda a abertura de uma investigação a respeito do soldado ferido gravemente no olho no dia 14 de junho em Alvorada. As imagens não registram qualquer lançamento de objetos contra os policiais. Os trabalhadores presentes naquela ocasião acreditam que o soldado possa ter sido ferido pelo estilhaço de uma bomba lançada pela Brigada.

Ao final da audiência, os deputados encaminharam que formarão uma equipe de trabalho para reunir elementos sobre as agressões e formalizar as denúncias em todas as instâncias cabíveis: Corregedoria da Brigada Militar, Justiça Militar, Ministério Público e Ouvidoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública.