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A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) se reuniu na manhã desta quarta-feira (26/06) com o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, para denunciar casos de abuso policial que ocorreram no dia 14 de junho em Alvorada, durante as manifestações da greve geral. Ela esteve acompanhada da ex-deputada e ex-prefeita da cidade, Stella Farias (PT), de advogados e de trabalhadores que estavam presentes nos protestos em frente às garagens de ônibus em Alvorada.

Luciana entregou ao comandante da Brigada uma série de fotos e vídeos das vítimas de truculência policial na cidade. No material havia uma imagem de uma senhora que teve o rosto queimado por uma bomba de gás lacrimogêneo que foi jogada em sua cara e um vídeo que registrou o momento em que Cleusi Coelho, assessor da deputada, foi agredido por brigadianos em uma parada de ônibus.

“Alvorada foi um caso excepcional na greve, porque lá houve uma postura agressiva dos policiais e ações gratuitas de violência contra os manifestantes”, disse a deputada.

Ela ainda cobrou uma investigação da Brigada Militar a respeito do caso envolvendo o soldado Matheus Lemos Borges, ferido gravemente no olho durante o protesto em Alvorada. Enquanto a corporação alega que ele teria sido atingido por uma pedra, vídeos dos manifestantes demonstram que o ferimento ocorreu após a explosão de uma bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia, levantando suspeitas a respeito da possibilidade de estilhaços terem atingido o soldado.

“Nos interessa muito saber o resultado desta investigação, pois temos convicção de que não houve violência por parte dos manifestantes. Eles podem estar respondendo por algo que não ocorreu. O soldado pode ter sido ferido por estilhaços das próprias bombas, que estavam sendo usadas de forma inadequada, tanto é que atingiram o rosto de uma mulher”, disse Luciana.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta um requerimento de audiência pública sobre o tema. Nos próximos dias os deputados deverão promover o encontro e convocar manifestantes e Brigada Militar para falar sobre a atuação da corporação durante a greve geral na cidade.