O vereador Roberto Robaina é o idealizar do espaço na Ilha da Pintada, em Porto Alegre | Foto: Bruna Porciúncula
O vereador Roberto Robaina é o idealizar do espaço na Ilha da Pintada, em Porto Alegre | Foto: Bruna Porciúncula

| Educação Popular | Porto Alegre

Do lado de fora da Casa Emancipa Colaí, em Porto Alegre, o alto-falante do vendedor anunciava “quatro sonhos a cinco reais”. Dentro do espaço, cerca de 20 jovens da Ilha da Pintada compartilhavam, gratuitamente, outro tipo de sonho: o de entrar na universidade. O encontro na tarde deste sábado (8/06) marcou o início das atividades do cursinho preparatório ao Enem, uma parceria da gurizada do Colaí, movimento cultural de jovens da ilha, e da Rede Emancipa de educação popular.

O vereador Roberto Robaina é o idealizar do espaço na Ilha da Pintada, em Porto Alegre | Foto: Bruna Porciúncula

A deputada estadual Luciana Genro, presidente da ONG Emancipa, acompanhou, ao lado do vereador Roberto Robaina, o primeiro passo da turma pioneira desse projeto na Ilha da Pintada.

“Ouvi, orgulhoso de ter apoiado essa iniciativa, depoimentos carregados de esperança e, sobretudo, de força para buscar um caminho diferente daquele que o sistema impõe aos jovens da periferia. Não tenho dúvidas de que esse espaço, com o apoio do Emancipa, tem um futuro muito promissor pela frente. Como integrante dessa comunidade, terei o privilégio de acompanhar de perto o sucesso de cada um”, destacou Robaina.

Quanto esforço e resistência afloraram já na apresentação breve dos alunos, antes de eles encararem a primeira aula de matemática com o professor Matheus Venturini.

“Ver as 28 vagas preenchidas é uma vitória coletiva para a ilha”, comemorava a estudante de Pedagogia da UFRGS Lays Ieggle, que integra o Grupo de Trabalho Educacional do Colaí e fez a abertura das atividades.

A deputada estadual Luciana Genro, presidente da ONG Emancipa, prestigiou a aula inaugural do cursinho pré-universitário na Ilha da Pintada | Foto: Bruna Porciúncula

O cursinho é preparatório para o Enem, mas vai além de um mero reforço aos estudos. Essa juventude quer modificar realidades na Ilha da Pintada, especialmente de mulheres que vivem lá e desejam se dedicar a uma faculdade.

A estudante de Biblioteconomia da UFRGS Francine Cabral, 23 anos, contou que a ideia é organizar um espaço para as crianças, pensando naquelas mulheres que são mães e querem estudar e também naquelas que vivem em relacionamentos abusivos em que os maridos dizem que faculdade não é o lugar delas.