Os servidores públicos de Porto Alegre compareceram em massa à audiência na Câmara Municipal que debateu o PLCE 02/19, de autoria do governo Marchezan. A reunião ocorreu na noite de quinta-feira, 21/03, no Plenário Otávio Rocha, e contou com a presença de centenas de trabalhadores, de lideranças das categorias e de sindicalistas. Muitos servidores tiveram que ser acomodados no Plenário Ana Terra e um grande contingente não conseguiu acessar o Legislativo da Capital, permanecendo do lado de fora dos portões.
O vereador Roberto Robaina (PSOL), líder da oposição, cobrou a instalação de uma mesa de negociação entre o governo e os servidores. “O governo queria votar o projeto em pleno Carnaval, num desrespeito à cidade. A Câmara precisa ser um poder autônomo. Nós podemos estabelecer uma mesa de negociação. O governo precisa escutar e encaminhar uma verdadeira negociação”, disse.
O projeto do governo Marchezan retira direitos de servidores públicos na ativa e aposentados, atingindo cerca de 25 mil pessoas. O PLCE 02/19 extingue a gratificação adicional de 15% e 25% e acaba com os avanços por tempo de serviço. Se a medida for aprovada, o aumento de 5% concedido a cada três anos de trabalho será cortado para um percentual de 3% num prazo de cinco anos.
Os ataques do governo Marchezan farão com que os trabalhadores possam perder até 40% de seus ganhos ao longo da carreira. “A economia que a prefeitura anuncia com essas medidas é de R$ 16 milhões, mas só este ano o prefeito vai gastar R$ 35 milhões com publicidade”, criticou Roberto Robaina.
Também se manifestaram contra o projeto de Marchezan representantes do Sindicato dos Municipários (Simpa), da Associação dos Procuradores do Municpío (APMPA) e do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).