Luciana Genro participou na noite desta quinta-feira (08/09) do primeiro debate de televisão entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, às 22h30min, na Band. Já na abertura, respondeu à jornalista Lúcia Mattos sobre mobilidade. “A tarifa dos ônibus subiu muito acima da inflação. E os BRTs até agora não se consolidaram. As obras estão atrasadas, malfeitas e superfaturadas, e quem disso isso é o Tribunal de Contas”, ponderou. Como solução para qualificar a oferta do transporte coletivo, apontou uma maior fiscalização sobre as empresas, pois, segundo ela, “os passageiros não podem mais ser transportados como sardinha enlatada”.
Já no segundo bloco, ao responder o questionamento de um telespectador, abordou a valorização da cultura como forma de promover inclusão e prevenir a violência. Luciana lembrou que Porto Alegre tem comunidade cultural ativa e criativa, mas os espaços públicos estão abandonados e a Secretaria Municipal da Cultura teve o pior orçamento desde sua criação. “A cultura é fundamental como política pública para a juventude e no combate à violência. Precisamos incentivar artistas de bairros populares, que estão nas áreas mais afastadas, e incentivar formas diversas como teatro, capoeira e hip hop”. Para viabilizar as propostas, sinalizou com editais específicos do FUMPROARTE para pequenos artistas e para modalidades distintas. “Nosso programa de governo apresenta proposta que são transversais entre cultura, esporte, ocupando espaços públicos e promovendo segurança”, comentou.
No terceiro bloco, ao questionar o candidato do PTB sobre segurança, Luciana lembrou que a prefeitura é omissa neste tema e
que o governo Sartori desmontou o policiamento na cidade. Ela afirmou que município pode e deve ter um papel mais ativo e propôs ampliar a Guarda Municipal, vinculada aos moradores, com alarmes comunitários e aplicativos. “Teremos a EPTC vinculada ao sistema de segurança e uma Balada Segura de Verdade, espalhando agentes da Guarda e da EPTC em bairros e parques para cuidar das pessoas”, detalhou.
Já na sequência, Luciana escolheu ser questionada por Sebastião Melo, que lhe indagou sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs). A candidata pontuou que as PPPs são uma alternativa, mas defendeu que o benefício ao público deve ser preponderante na parceria. Ela lembrou que as iniciativas da atual gestão nesta modalidade não tiveram resultados justos. “O Araújo Vianna foi privatizado e a prefeitura não usa todo espaço disponível. Podemos pensar em modelos mais adequados, pois a parceria precisa ser real. O privado pode lucrar, mas o benefício precisa ser para o público”, concluiu. Ao final, Luciana aproveitou para lembrar que a atual administração está submetida ao interesse de empresas e tomada pela corrupção. “O PMDB governa Porto Alegre há 12 anos e a prefeitura está sendo saqueada. Acontecem escândalos como no DEP e na FASC, onde o mesmo funcionário que cometeu irregularidades com o pagamento de serviços não prestados acabou transferido para outro órgão, onde seguiu fazendo a mesma coisa”.
No último bloco, Luciana seguiu no embate com Melo e voltou a questioná-lo sobre o descontrole na prestação de serviços terceirizados, responsáveis por R$ 1 bilhão por ano no orçamento da prefeitura. “A terceirização deve ser fiscalizada”, afirmou. A candidata do PSOL ainda citou que vai valorizar quadros técnicos na fiscalização e cortar 70% dos CCs para fechar o ralo da corrupção. Luciana também denunciou a cumplicidade política de Sebastião Melo com seus líderes do PMDB. “Melo, tu és do partido do Sartori, do Temer e do Cunha. Vocês fazem um péssimo governo”, apontou. Ela também criticou Michel Temer: “O Temer, do teu partido, Melo, está no poder ilegitimamente e quer que prefeituras entreguem seu patrimônio público com seu programa reacionário”, lamentou.
Ao ser questionada sobre obras e serviços, Luciana reiterou que a fraude no DEP e na FASC foi averiguada por uma reportagem, pois o governo desconhecia o que acontecia com um CC nomeado pelo partido do candidato Melo. “São necessários mais quadros técnicos para a elaboração de bons editais e bons projetos.” Luciana ainda relacionou os problemas no dia-a-dia com a corrupção e a ineficiência na prestação de serviços. “O vendaval destruiu a cidade porque não teve poda nas árvores, demora para trocar luz porque a empresa não é fiscalizada. O bueiro entope e a cidade alaga porque a empresa é paga, mas não limpa”.
No último bloco, questionada pela produção do programa sobre uma cidade que considera modelo, Luciana Genro citou como exemplo Madri, a capital da Espanha. “Estive com a prefeita Manuela Carmena, de Madri, onde conheci o exemplo de democracia participativa na cidade. Essa experiência precisa ser trazida para Porto Alegre. O Orçamento Participativo é uma belíssima experiência, mas precisa se abrir para outras formas, combinando a participação presencial com consultas pela internet”, comentou. Luciana também defendeu os direitos das mulheres e da população LGBT em seu encerramento. “Queremos uma cidade democrática, queremos construir uma cidade para as mulheres, onde elas se sintam empoderadas e seguras, onde os LGBTs sejam respeitados e tenham seus direitos assegurados. Temos um programa sério, construído com participação. Podemos vencer, construir uma cidade com segurança saúde e educação, onde os serviços públicos estejam a disposição de quem mais precisa. Conto com teu voto”, finalizou.