A pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre pelo PSOL, Luciana Genro, participou nesta quinta-feira (28/07) de um café da manhã promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). Durante o evento, a ex-deputada explicou suas propostas para a cidade e respondeu às perguntas dos dirigentes do comércio. A atividade contou com a participação do vice-presidente da entidade, Raul Cohen, e dos diretores Jathyr Ranzolin e João Moreira.
Um dos pontos destacados por Luciana foi a questão da segurança pública. Ela explicou sua proposta para a área, que envolve uma mudança no perfil da Guarda Municipal. “Não é possível que a prefeitura seja uma mera espectadora neste tema. Hoje a Guarda Municipal não existe para o cidadão de Porto Alegre, apenas para o poder público. Queremos uma guarda comunitária, vinculada às comunidades, que estabeleça uma relação de confiança com as pessoas”, disse.
Outro aspecto do programa para a segurança prevê a integração dos agentes da EPTC em um sistema municipal de segurança urbana e viária. “A EPTC custa R$ 100 milhões ao ano para a prefeitura, é o dobro do que é investido em segurança pelo município”, comparou.
– Veja aqui na íntegra a proposta de programa de governo defendida por Luciana Genro
A proposta de criação de uma “Balada Segura de Verdade” envolve a realocação de efetivos da EPTC e da Guarda Municipal, em conjunto com a Brigada Militar, caso haja colaboração do Estado, em uma região específica da cidade, especialmente à noite e nos finais de semana. “Naquela noite, a população terá uma Baldada Segura de Verdade na Cidade Baixa, no Centro, no Moinhos de Vento ou no Bom Fim, e poderá circular por essa região sem medo de assalto, pois vamos espalhar os efetivos da Guarda e da EPTC pelo bairro. Podemos dinamizar o comércio e vida noturna dos bairros através desta rede de segurança”, disse. A ideia é que o projeto ocorra uma vez em cada bairro, tanto nas regiões centrais, quanto nas mais afastadas, e não substitua o trabalho de blitz a motoristas alcoolizados já realizado pela EPTC.
Os comerciantes questionaram Luciana a respeito do projeto de revitalização do Cais Mauá. A pré-candidata disse que a área nobre da cidade precisa ser ocupada pela população e que um projeto para o local deve ser amplamente discutido com a cidadania. Ela criticou a proposta de construção de um shopping no local, mas disse que o tema deve ser decidido pela cidade, não pela prefeitura, por isso propôs a realização de um plebiscito sobre o assunto.
Uma das principais reivindicações da ACPA é a construção de um Centro de Convenções em Porto Alegre, capaz de receber grandes eventos e mais de 2,5 mil pessoas. Luciana defendeu a necessidade de uma parceria da prefeitura com a iniciativa privada para resolver o problema. “Precisamos da parceria da prefeitura na busca de um terreno para o Centro de Convenções, é um projeto que pode ser desenvolvido a partir de uma parceria do poder público com a iniciativa privada”, assegurou.
Outra preocupação da ACPA diz respeito à questão dos ambulantes no Centro da cidade. Luciana Genro ressaltou que a prefeitura deve estar focada em combater o contrabando e os locais de armazenamento dos produtos ilegais, não em perseguir pelas ruas os trabalhadores informais. “Não vamos colocar os fiscais da SMIC a correr atrás de ambulantes. Isso é terrível e humilhante para eles e para os fiscais. No meu governo, isso não vai acontecer. Não adianta reprimir o ambulante que está na rua, pois logo em seguida ele volta. Temos que dar uma alternativa a eles e combater o contrabando, indo nos locais de armazenamento dos produtos”, propôs. A ex-deputada explicou que o comércio irregular é uma consequência da crise econômica e deve ser combatido também com geração de emprego. “A crise econômica leva ao aumento brutal do número de pessoas que, ao não terem alternativa, recorrem a comércios ilegais. A prefeitura tem que ter uma política de geração de emprego, estimular os trabalhadores a formarem cooperativa”, pontuou.
Por fim, Luciana falou sobre gestão e sobre a necessidade de fortalecer os quadros técnicos da prefeitura em detrimento das indicações políticas. “Estamos assumindo o compromisso de cortar 70% dos CCs da prefeitura e não vamos fazer loteamento partidário das secretarias. Existe uma partidocracia fundamentada em CCs e no loteamento prévio das secretarias, que ocorre antes mesmo das eleições, durante a formação das alianças, e acaba decidindo os rumos da cidade. Nós queremos governar com a inteligência de Porto Alegre”, afirmou.