Os servidores do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) protestaram nesta sexta-feira (22/04) contra a insegurança na rede municipal de saúde de Porto Alegre. Na semana passada, um paciente foi baleado com seis tiros dentro da emergência do HPS, num episódio que apavorou trabalhadores e a população que buscava atendimento.
O ato contou com a presença de dirigentes da Associação de Servidores do HPS, do Sindicato dos Vigilantes, do Sindicato dos Municipários, da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, do Sindicato dos Enfermeiros, do Sindisaúde e dos trabalhadores terceirizados do HPS. Além disso, estiveram presentes Luciana Genro e a vereadora Fernanda Melchionna, do PSOL.
Os trabalhadores denunciaram a situação precária da segurança em toda a rede de saúde da cidade. “O que aconteceu no HPS já ocorreu no Hospital Conceição, no Cristo Redentor e nos postos de saúde”, disse Valmor Guedes, presidente da ASERGHC. O Sindicato dos Vigilantes informou que apenas três profissionais da vigilância trabalham no HPS, enquanto o necessário seria, no mínimo, dez. A entidade também denunciou que os funcionários não possuem armamento, nem colete à prova de balas.
Os servidores cobraram a presença da Guarda Municipal nos hospitais e postos de saúde e criticaram a substituição de vigilantes por porteiros nas unidades. “É inadmissível que os trabalhadores que exercem a nobre função de salvar vidas estejam expondo suas próprias vidas”, disse Carmen Padilha, diretora do SIMPA.
Luciana Genro lamentou a situação de sucateamento da saúde pública em Porto Alegre, que disse estar “em petição de miséria”. Ela criticou o governo estadual, comandado por José Ivo Sartori (PMDB), pelo caos na segurança na cidade, mas disse que a prefeitura também tem seu papel nesta crise. “A segurança em locais como o HPS também é uma responsabilidade da prefeitura. O governo municipal não tem uma política de segurança”, apontou.
Já Fernanda Melchionna lembrou as precariedades denunciadas muitas vezes pelos servidores do HPS à Câmara Municipal, como a presença de ratos e baratas no hospital. Para a vereadora, é preciso envolver a população na luta por mais segurança na saúde, já que os pacientes também são prejudicados com a violência no interior das unidades de atendimento.