Redação #Equipe50
O ano de 2015 foi marcado por lutas, mobilizações e protestos. E o PSOL esteve presente em todos os atos de caráter popular, levando para as ruas suas bandeiras e seguindo firme na defesa de uma saída à esquerda para a crise.
– O sistema está podre e o pacote de Dilma não ataca a raiz da corrupção
– MPs do ajuste fiscal do governo Dilma/Levy são um brutal ataque aos direitos sociais
– Dia Nacional de Paralisações mobiliza trabalhadores em todo o país
Tão logo começou, o segundo mandato do governo Dilma já se viu desmoralizado, com o neoliberal Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, a ruralista Kátia Abreu no comando da Agricultura e Gilberto Kassab no Ministério das Cidades. A partir daí ficou bastante claro que Dilma estava rompendo com suas propostas de campanha e que passaria a executar o programa de governo do PSDB, apresentado por Aécio Neves. O duro ajuste fiscal implementado por Dilma e Levy resultou em ataques covardes aos direitos trabalhistas, como a limitação do acesso ao seguro-desemprego, ao auxílio-doença e à pensão por morte.
O PSOL apontou um caminho para o crescimento econômico e a promoção de investimentos públicos: a taxação do Imposto sobre Grandes Fortunas e a auditoria da dívida pública da União.
2015 COMEÇOU COM O GRITO DE “FORA BETO RICHA”
Também no início do ano o PSDB revelou de forma clara seu modo autoritário de governar. Beto Richa reprimiu covardemente os professores no Paraná e se viu acuado por uma onda de solidariedade que tomou o país. As imagens da repressão da Polícia Militar de Beto Richa percorreram o Brasil e geraram um repúdio muito grande nos trabalhadores e um sentimento legítimo de indignação contra o governo tucano.
– Os trabalhadores do serviço público do Paraná dão o exemplo
– Enfim, o desespero
– Um 1 de maio pautado pela luta e apoio aos trabalhadores do Paraná
No dia 1 de maio, lá estava o PSOL, representado por Luciana Genro e Babá, prestando seu apoio aos servidores públicos do Paraná em um ato pelo #ForaBetoRicha em Curitiba.
OPERAÇÃO LAVA JATO DESMASCAROU OS PARTIDOS DO SISTEMA
2015 foi o ano em que os alicerces da corrupção foram abalados no Brasil. A relação espúria entre grandes empresas privadas e os políticos foi posta a nu pela Operação Lava Jato, que colocou agentes públicos e executivos das principais empreiteiras do país na cadeia.
A Lava Jato expôs todos os grandes partidos do sistema, especialmente o PT, o PMDB, o PP e o PSDB, demonstrando que todos estão irmanados em torno da corrupção. Com a tranquilidade de ser o único partido no Congresso Nacional que não recebeu dinheiro das construtoras, o PSOL tem denunciado a corrupção em todas as suas esferas e cobrado punições severas ao envolvidos nos escândalos.
– O Brasil precisa de um novo Junho de 2013
Com a prisão de quase 40 pessoas, inclusive de um senador da República – Delcídio Amaral (PT), que era líder do governo Dilma –, a Lava Jato está longe de acabar e apenas reforça a luta do PSOL por um outro sistema político. Um sistema livre da influência do poder econômico e verdadeiramente democrático.
#FORACUNHA TOMOU AS RUAS
Foi em 2015 que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou eternizado como o rosto mais cínico e expressivo da politicagem e da corrupção no Brasil. Após chegar ao comando da Câmara mediante uma relação clientelista com os demais parlamentares, Cunha deu início a uma ofensiva ultraconservadora, colocando em pauta a tramitação e projetos que retiram direitos das mulheres e da população LGBT.
Cunha é tão cara de pau que mentiu na CPI da Petrobras ao dizer que não possuía contas em bancos no exterior. Sua mentira deslavada, dita em março, durou pouco: em outubro, em resposta a um pedido de informações do PSOL, o Ministério Público Federal confirmou que as autoridades da Suíça comprovaram a existência de contas em nome de Cunha e de seus familiares em bancos do país.
– “Estamos apenas começando”, diz Luciana Genro em ato pelo #ForaCunha em Porto Alegre
– Contra Cunha e Temer, por eleições gerais em 2016
– Decisão do STF foi uma derrota de Cunha
A bancada do PSOL no Congresso, com apenas cinco deputados federais, tem sido protagonista na luta pelo #ForaCunha. Nosso líder Chico Alencar trava diariamente o combate político contra um deputado que não tem a menor condição de continuar presidindo o Legislativo brasileiro.
PRIMAVERA DAS MULHERES FORTALECEU A LUTA FEMINISTA
Eduardo Cunha enfureceu as mulheres de todo o país ao colocar novamente em pauta um projeto de sua autoria, o PL 5069, que restringe o acesso a medicamentos anticoncepcionais e criminaliza os profissionais da saúde que prestarem informações sobre contraceptivos às mulheres. Essa proposta medieval gerou o repúdio imediato das ruas, que foram tomadas pelas mulheres em luta contra Eduardo Cunha.
– A primavera é das mulheres
– O machismo mata: não seja mulher de ninguém!
Mais uma vez, as mulheres foram protagonistas da luta política no país e tomaram para si a missão de derrubar o corrupto presidente da Câmara. De norte a sul do Brasil, muitas mobilizações com presença predominante de mulheres foram organizadas contra Cunha, aumentando o caldo de pressão para sua queda.
OS ESTUDANTES APONTARAM O CAMINHO
Foi também em 2015 que os estudantes do Estado de São Paulo deram um exemplo de luta e de cidadania a todo o país. A partir do segundo semestre, os secundaristas começaram a ocupar escolas estaduais em protesto contra a chamada “reorganização” promovida pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) – que resultaria no fechamento de quase 100 colégios.
Mais de 200 escolas foram ocupadas e os secundaristas resistiram bravamente à repressão da Polícia Militar de Alckmin. As meninas estiveram na linha de frente das ocupações e dos protestos nas ruas. As cenas de enfrentamento das jovens com a polícia geraram uma consigna muito positiva para o país: a frase “Lute como uma mulher” se espalhou pelas redes e contribuiu para colocar mais uma pá de cal na cultura machista.
– Que a luta dos estudantes de São Paulo se espalhe pelo Brasil
– Viva a luta da juventude contra o fechamento de escolas!
A mobilização dos estudantes foi vitoriosa. Alckmin foi obrigado a recuar e suspender a reorganização na rede escolar. Mas a luta ainda não terminou. Os estudantes seguem atentos às manobras do governo e à possibilidade de retrocessos. O movimento dos estudantes paulistas demonstrou que junho de 2013 não foi em vão e deixou na juventude a semente da mudança e da revolta popular!
EM PORTO ALEGRE, 2015 FOI UM ANO DE LUTA POR MAIS DIREITOS
No início do ano, Luciana Genro comentou a respeito do papel das cidades na luta anticapitalista. “É na cidade que o sistema capitalista se concretiza como excludente, como opressor, como discriminatório. É na cidade que os LGBTs não têm acolhimento, onde são perseguidos, discriminados e desenvolvem a luta pela igualdade. É na cidade que as mulheres enfrentam a violência e encontram o seu espaço de luta por um salário igual ao dos homens e pelo direito de andar livremente nas ruas sem serem assediadas. É na cidade que a juventude é criminalizada e busca o seu espaço de lazer e de sociabilidade. É na cidade que os trabalhadores se organizam para lutar pelo salário, pelo seus direitos”, disse.
Em 2015, Porto Alegre expressou todas essas lutas e contradições. Já nos primeiros meses do ano, os servidores municipais deflagraram uma longa greve para exigir o básico do governo Fortunati/Melo: reajuste salarial com ganho real. Lá estava o PSOL apoiando a luta dos municipários e travando o combate político com seus dois vereadores na Câmara Municipal, Fernanda Melchionna e Alex Fraga.
– Seminário “Cidade Para Quem?” propõe reflexão sobre problemas urbanos e luta anticapitalista
– Luciana Genro e Marcelo Freixo debatem segurança pública e direitos humanos em Porto Alegre
– “Criar em Porto Alegre uma cidade das mulheres é um desafio de subversão”, diz Luciana Genro
Três grandes ciclos de debates agitaram a Capital ao longo do ano. Organizados pelo PSOL, os seminários “Cidade Para Quem?” trouxeram ativistas e intelectuais de renome nacional e internacional para debater as questões urbanas sob diversas matizes. No dia 22 de junho, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik falou sobre direito à cidade ao lado de Luciana Genro e do deputado estadual Pedro Ruas. Em 16 de julho, foi a vez de Marcelo Freixo vir a Porto Alegre para falar sobre Segurança Pública e Direitos Humanos no contexto das cidades, juntamente com o advogado Salo de Carvalho. Por fim, no dia 15 de dezembro a filósofa feminista Márcia Tiburi, a professora de Oxford Rosana Pinheiro-Machado, Luciana Genro, a vereadora Fernanda Melchionna e as militantes do Juntos Winnie Bueno e Marcela Pellin ocuparam, junto com centenas de mulheres, a Praça da Matriz para debater a construção de Porto Alegre enquanto uma “Cidade das Mulheres” – premissa que deu nome ao evento, idealizado por Luciana Genro.
2015 também foi o ano em que a população LGBT fez ouvir sua voz, sua luta e sua alegria pelas ruas de Porto Alegre. No dia 28 de junho, a Parada de Luta LGBT lotou a Redenção e trouxe para a cidade o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). Na mesma noite, a festa #Ahazando animou os presentes no Bar Ocidente e contou com um bate-papo entre Jean e Luciana Genro.
No dia 17 de setembro, o PSOL gaúcho lançou a sua Cartilha de Direitos LGBTs. A publicação é inédita no país e reúne uma detalhada lista de todos os direitos que a população LGBT já possui no Brasil, no Rio Grande do Sul e em municípios gaúchos. Além disso, a cartilha traz análises políticas de militantes, indicações de filmes e livros e um glossário de expressões utilizadas na luta política e na vivência cotidiana de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Finalmente, no dia 8 de novembro ocorreu a 15ª edição da Parada Livre. O evento, que já se consagrou no calendário da cidade, possui uma dimensão de massas, que neste dia se encontram na Redenção para lutar por mais direitos e celebrar a diversidade. Luciana Genro esteve junto com os LGBTs na Parada Livre, onde dialogou com a população, distribuiu cartilhas e marcou presença no trio elétrico do coletivo Juntos!
A luta das mulheres também deixou suas marcas em Porto Alegre no ano de 2015. No dia 7 de novembro, as mulheres tomaram a Redenção em marcha contra Eduardo Cunha. E no dia 29 de novembro ocorreu a Marcha das Vadias, que reúne toda a diversidade do movimento feminista na luta pelos direitos das mulheres e contra os retrocessos. Novamente, lá estava o PSOL em ambos os atos!
Confira todas as edições do ciclo de debates “Cidade Para Quem?” na íntegra:
Dia 22 de junho, com Raquel Rolnik, Luciana Genro e Pedro Ruas
Dia 16 de julho, com Marcelo Freixo, Salo de Carvalho, Luciana Genro e Pedro Ruas
Dia 15 de dezembro, com Marcia Tiburi, Luciana Genro, Rosana Pinheiro-Machado, Fernanda Melchionna, Winnie Bueno e Marcela Pellin