Por Luciana Genro
Gostaria de saudar os trabalhadores bancários, em greve, que iniciou nesta terça, dia 30. Uma categoria reconhecida pela sua força, organização, lutas e vitórias que marcaram as últimas décadas do Brasil.
Os bancários e bancárias sofreram nos últimos 20 anos com a contínua perda do poder aquisitivo e, sobretudo, com a piora das condições de trabalho. Esse é o resultado do comprometimento dos sucessivos governos com a lucratividade dos bancos, grandes financiadores de suas campanhas, em detrimento da garantia de direitos e qualidade de vida dos trabalhadores.
No governo FHC, houve uma brusca redução de emprego no setor. Entre 1994 e 2004 a categoria foi reduzida em mais de 30%, a partir, principalmente, da política de privatização e fusões, via PROER. Além disso, no governo do PSDB os empregados dos bancos públicos federais sofreram oito anos com reajuste próximo a zero.
Nos governos Lula e Dilma nada foi feito para reverter essas maldades. Hoje, os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Federal) seguem a mesma lógica de gestão dos bancos privados, submetendo seus empregados à pressão e ao assédio moral, custando inclusive a saúde da categoria.
Nunca antes na história os bancos lucraram tanto. Em 2013 os seis maiores bancos lucraram mais de R$ 56 bilhões, ou seja, não faltam condições financeiras para atender às reivindicações da categoria: reajuste salarial, mais contratações, fim do assédio moral e pela valorização dos planos de cargos. O que falta é vontade política e subserviência do governo aos interesses dos bancos. Estamos na luta com os bancários por mais direitos.