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Por Luciana Genro

Os impactos socioambientais decorrentes da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, deveriam ser minimamente compensados com uma série de obras de interesse social, como moradias para as famílias desapropriadas para a realização do megaempreendimento. A realidade, no entanto, mais uma vez se mostra bastante diferente do que é dito na propaganda do governo.

A presidenta Dilma visitou, pela primeira vez desde o início das obras, o canteiro em que trabalham milhares de trabalhadores. O plano inicial era que Dilma visitasse também as casas construídas pelo consórcio que administra a hidrelétrica. Contudo, das mais de 5000 residências planejadas, apenas 300 saíram do papel. Um completo descaso.

O mínimo que poderia se esperar do governo em relação a essa obra tão contestada pelos movimentos sociais e ambientais é que se empenhasse fortemente para que as obras compensatórias fossem concluídas com máxima rapidez. Por que isso não acontece? Será que o fato das grandes empreiteiras serem as maiores doadoras das campanhas eleitorais, seja do governo, seja da oposição conservadora, influencia essa atitude? É fundamental garantir às milhares de famílias da região um mínimo de dignidade, já que a perda de suas casas originais e a desapropriação de vastas porções de terras abriu uma ferida nos povos da região que não irá cicatrizar.