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Por Luciana Genro

Este 8 de julho foi um dia triste. O falecimento do querido Plínio abateu a todos nós. O vexame da seleção brasileira também não ajudou a levantar o astral. Apesar disso para mim sempre o 8 de julho é uma data especial pois é o dia que comecei a namorar o Sérgio, meu marido. Este ano foi ainda mais importante por que completamos 20 anos daquela noite!

Fiz um esforço grande para passar a noite em casa. Cheguei em Porto Alegre às 22 horas para viajar novamente para São Paulo as 7h da manhã e participar do velório de Plínio. Sérgio estava me esperando com um jantar feito por ele, vinho, bolo e velas!

Achei que vocês gostariam de conhecer esta história.

Tudo começou em 8 de julho de 1994. O evento era o lançamento da minha candidatura a deputada estadual. Eu tinha 23 anos e era a minha primeira campanha como candidata, depois de várias como militante. Eu e o Sérgio tínhamos nos conhecido há alguns meses, nos corredores da escola de inglês Cultura Inglesa, onde eu era professora e ele era aluno, não meu, de um outro professor que acabou sendo o padrinho da nossa primeira saída para jantar. Depois daquela janta a três, na qual fiquei sabendo que, assim como eu, ele tinha sido militante da Convergência Socialista, eu o convidei para a festa de lançamento da minha campanha. E ele foi. Aquela noite entrou para a história da cidade. Não por causa nossa, claro, mas por ter sido o palco de uma fuga extraordinária do assaltante Melara, com direito a invasão de um dos hotéis mais finos da cidade.

Desde aquela noite estamos juntos. Foram muitos os momentos difíceis, mas prevaleceu sempre o imenso amor que nos une. Ninguém imaginava que iríamos tão longe. Ele, um jornalista discreto, de poucos amigos e poucas palavras. Eu, militante, deputada, sempre requisitada a me manifestar sobre tudo, sempre cercada de outros militantes, sempre cheia de agendas. Mas o improvável aconteceu e fomos morar juntos, nos casamos e só não tivemos filhos porque já tínhamos dois: o meu, o Fernando, e a dele, a Luísa. Nossos filhos adotivos foram os bichos que recolhemos do abandono. Chegamos a ter 8 cães, também duas gatas e ainda um coelhinho. Bichinhos que o Sérgio cuida como se fossem filhos mesmo, e que nas minhas frequentes ausências são a maior companhia dele. Pelo menos é o que ele me diz!

Qual o segredo da felicidade? É a pergunta cantada pela Paula Toller (minha maior rival, ele adora ela) e é a pergunta que todos nós nos fazemos. A resposta não é única. Para nós o segredo é querer e cuidar. Querer ficar junto e cuidar do amor com muita paciência.

Claro que tivemos sorte de nos encontrar nos improváveis labirintos da vida. Mas mais do que sorte, tivemos vontade. Uma vontade imensa de que nossa história desse certo. Trabalhamos por ela, nos dedicamos a ela. Mesmo quando a política ou o jornalismo nos absorviam, nunca deixamos de querer e cuidar. Valeu a entrega, a dedicação, o esforço. Chegamos até aqui e com a promessa de mais vinte anos!

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