O Hotel Braston, em São Paulo, foi o cenário da reunião que tivemos com os líderes da Syriza, ontem. Alexis Tsipras, o principal porta voz da Coalizão da Esquerda Radical – que agora transformou-se em partido – eu já conhecia pois estive em Athenas logo após a primeira eleição deste ano, na qual a Syriza surpreendeu com uma grande votação que acabou forçando outra rodada eleitoral. Esta história todos conhecem. Agora o embate segue na Grécia, pois o governo vem tentando aplicar as medidas exigidas pela Troika, atacando cada vez mais os direitos sociais e o nível de vida do povo grego. Mas a resistência tem sido muito grande. Na reunião de ontem, Tsipras e outros líderes da Syriza nos contaram que a probabilidade do governo cair em breve não pode ser descartada, e que se isto ocorrer a Syriza terá ainda maiores chances de vitória em um novo embate eleitoral. A visita deles ao Brasil teve o objetivo de buscar apoio político e institucional para este embate, e para um futuro governo da Syriza.
Por sorte todos eles falam inglês, então pude me comunicar com maior facilidade, sem necessitar da intermediação de um tradutor. Fiz questão de dizer a eles que desde que retornei da Grécia me tornei uma grande propagandista da Syriza, pois o exemplo deles é uma inspiração para a esquerda em todo o mundo, e particularmente para nós do PSOL. Eles são a prova viva de que é possível travar uma disputa real pelo poder sem capitular e sem ceder às pressões da burguesia e do imperialismo. Também disse que estamos dispostos a fazer uma grande campanha de apoio à Syriza, pois a solidariedade internacional à luta dos trabalhadores é um dos pontos mais importantes do programa do PSOL.
Eles fizeram muitas perguntas sobre o Brasil e nos convidaram para ir à Grécia novamente. Para o PSOL esta relação com a Syriza é fundamental. A postura combativa e irredutível frente ao governo, seja ele dos “socialistas” do PSOK ou da direita tradicional, é um modelo de construção partidária. A Syriza adquiriu a extraordinária força política que tem hoje por que se construiu nas grandes mobilizações contra o governo e aproveitou cada embate eleitoral para denunciar o governo, a Troika e suas medidas de ajuste contra o povo.
Encontro do PSOL com líderes da Syriza