Jornal do Comércio, 21 de junho de 2010
Jornal do Comércio, 21 de junho de 2010

| Saiu na Imprensa

P-Sol lança chapa pura ao governo do Estado
Falta coerência ideológica e programa a adversários, avalia candidato.

Ruas e a candidata a vice Marliane Santos (2ª à esq.) oficializam candidatura. Foto: Gilmar Luís/JC

O P-Sol apresentou nominata para disputar as eleições aos Legislativos em convenção no sábado. A sigla não coligará com outros partidos. Ao governo do Estado, foi oficializado o nome do vereador de Porto Alegre Pedro Ruas. E formará chapa pura com a vice Marliane Santos. “É companheira do Cpers, do movimento negro, militante, fundadora do P-Sol e faremos um grande trabalho juntos”, projetou Ruas.

Durante discurso embalado por tambores, ele destacou que o momento é de “vencer o ceticismo interno” em relação às candidaturas da sigla. Ruas avaliou ainda que os partidos adversários não apresentam coerência ideológica e identidade programática em função das excessivas alianças.

“Somos diferentes sim. Temos compromisso com a classe trabalhadora, temos uma ideologia bem definida.” No P-Sol, o entendimento é de que a posição que o partido marca nas eleições reflete a capacidade da sigla e também os erros dos adversários.

O programa de governo do P-Sol será concluído nesta semana e se ancora em dois eixos: questionamento da dívida estadual e combate à corrupção. Conforme Ruas, esses dois problemas conjugados drenam recursos fundamentais ao Estado.

Ele negou que o partido faça “o ataque pelo ataque”. Diz que o objetivo das críticas é que se perceba quem são os adversários nas eleições. “Vamos mostrar quem são as alianças que estão aí – o PT, o PMDB, o PSDB – e quem somos nós. Temos uma trajetória, propósitos e programa”, argumentou.

O candidato ao Piratini afirmou que o P-Sol combaterá a polarização na campanha. “Pesquisas não importam, há vários exemplos de que não refletem a verdade sempre.” Ele acredita que o tempo de rádio, televisão e os debates permitirão o crescimento do partido.

A candidata a vice Marliane Santos destacou o ineditismo de sua candidatura e salientou que não é fruto de “modismo” em função da eleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Sou da origem do partido, com história de atenção àqueles que estão na periferia e sofrem com as mazelas da sociedade.” Nascida em Rosário do Sul, Marliane Ferreira Santos é funcionária pública na área de educação, já tendo militando no movimento negro e no PT.

Concorrem a deputado estadual 40 candidatos a deputado estadual e 40 nomes disputando a Câmara dos Deputados. “Teremos a reeleição de Luciana Genro e mais um ou dois deputados federais, além de uma bancada de pelo menos três deputados estaduais”, calculou Ruas. Ao Senado Federal, concorrerão Bernadete Menezes, funcionária da Ufrgs, e Luís Carlos Lucas, professor aposentado da Ufpel.

A candidatura de Plínio de Arruda à presidência foi defendida: “Ser um utopista é um elogio. Sei da seriedade de sua posição ideológica”.