Zero Hora, 6 de abril de 2010
Zero Hora, 6 de abril de 2010

| Saiu na Imprensa

MP X POLÍCIA CIVIL
CPI da Saúde trava na Câmara

Apesar das investidas da oposição em tentar recolher a 12ª assinatura para instalar a CPI da Saúde da Câmara de Porto Alegre, nenhum dos governistas cedeu ontem – dia em que o Ministério Público Estadual (MP) ofereceu novas informações sobre o suposto assassinato por encomenda de Eliseu Santos.

A intenção da oposição é investigar supostas irregularidades na Secretaria de Saúde (veja quadro nesta página). Pelo menos três vereadores estão entre os mais assediados: Juliana Brizola (PDT), Toni Proença (PPS) e Sebastião Melo (PMDB).

Temendo o uso político-partidário da denúncia que fizeram na semana passada sobre o assassinato de Eliseu, promotores mandaram um recado aos vereadores do PT e do PSOL que estiveram na entrevista ontem. Para eles, o ex-secretário não é suspeito de corrupção.

– Pelo contrário, tudo indica que ele agiu de forma enérgica contra a corrupção. Demitiu o assessor suspeito de cobrar propinas, reteve valores da firma suspeita de pagar suborno e cortou seus contratos – ressaltou a promotora Lúcia Helena Callegari.

Alvos da oposição

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
– O objetivo original da oposição era apurar o desvio de R$ 9 milhões dos cofres de Porto Alegre. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), uma organização criminosa atuou enquanto o Instituto Sollus trabalhava junto à Secretaria de Saúde, entre 2007 e 2009.

PROPINA
– Em maio do ano passado, o diretor administrativo da empresa Reação, Jorge Renato de Mello, afirmou que o então coordenador da assessoria jurídica da Saúde, Marco Antônio de Souza Bernardes, teria cobrado entre R$ 10 mil e R$ 30 mil para prorrogar o contrato por um ano. A empresa era responsável pela segurança dos postos de saúde da Capital. Segundo Mello, Bernardes pedia dinheiro em nome de Eliseu.
– Segundo o MP, divergências entre o secretário Eliseu Santos e a empresa de segurança Reação – que teria dinheiro a receber da prefeitura em razão de contratos paralisados após as suspeitas – teriam motivado a morte do então titular da pasta em fevereiro.