Sem surpresas, ontem, na votação do arquivamento pela comissão que analisava o pedido de impeachment da governadora. O que me impressionou foi a falta de reação da Assembleia Legislativa diante do flagrante uso imoral do dinheiro público para comprar não só equipamentos “de trabalho” para a casa particular (e suspeita) da governadora – o que já poderia ser questionável – mas também móveis para o quartinho dos netos, como um pufe e uma cama! Esse episódio, pequeno em termos de valores, é muito ilustrativo da relação que Yeda estabeleceu com o dinheiro do contribuinte. Ela acha que os impostos pagos pelos gaúchos podem servir para financiar seus interesses pessoais, e da sua família. Daí para a roubalheira do Detran é um pulinho. Essas compras acabam servindo como comprovação – para quem ainda duvidava – daquela famosa frase revelada por Lair Ferst no seu depoimento ao MPF: “Por 100 mil nem levanto a bunda desta cadeira”, teria dito Yeda diante da proposta “irrisória” de propina feita por seus comparsas no Detran. Afinal de contas, quem compra pufes e camas com dinheiro público, na maior cara de pau, é capaz de tudo.
Um pufe verde para os netos