O golpe em Honduras escancarou mais uma vez a polarização política que vive o nosso continente. O golpe contra Chávez na Venezuela havia sido o ápice dessa tensão. Derrotados pelo povo que foi às ruas e trouxe seu presidente de volta ao poder, os golpistas seguem tentando derrotar a revolução bolivariana. Nesse meio tempo tivemos a eleição de Evo Morales na Bolívia e de Rafael Correa no Equador, países onde a tensão também é grande pois, assim como na Venezuela, lá também a burguesia local e o imperialismo não se conformam em perder o controle sobre os recursos naturais, especialmente petróleo, gás e terras. Em Honduras a desculpa para o golpe seria uma suposta tentativa de Zelaya de aprovar a possibilidade de reeleição. Na verdade, a direita quis evitar a convocação de uma Assembleia Constituinte que poderia, a exemplo de Venezuela, Equador e Bolívia, mudar a estrutura política do país, aumentando a participação popular e colocando os recursos naturais a serviço dos interesses nacionais. Lula é a ponta mais atrasada desse processo, e acaba funcionando como uma espécie de “contra-exemplo” para os governos direitistas, como o de Uribe na Colômbia, criticarem a suposta radicalização de Chávez e seus aliados.
Vamos fazer esse debate amanhã, quinta-feira, às 19h na sala 601 da Faculdade de Educação. Estarei eu, que estive acompanhando as eleições no Uruguai, a Fernanda Melchionna, que esteve no Peru como delegada ao encontro dos estudantes do Partido Nacionalista, e o Rodolfo Mohr, nosso jovem que esteve acompanhando a luta contra o golpe em Honduras. Aberto a todos os interessados!