Nesta semana, o governo anunciou a decisão de tributar a poupança, a uma alíquota de 22,5% sobre o rendimento mensal das aplicações acima de R$ 50 mil. O verdadeiro objetivo dessa medida é garantir o pagamento da dívida, evitando que os investidores retirem seu dinheiro dos títulos públicos para investir na poupança.
A taxação da poupança era uma demanda dos bancos e também vai garantir a rolagem da dívida pública. Isso porque eles poderão aumentar as taxas cobradas pela administração dos Fundos de Investimentos. Além do mais, caso muitos investidores migrassem para a poupança, os bancos teriam de direcionar 60% de tais aplicações para o setor produtivo, ou seja, o financiamento imobiliário, que não é interessante para as instituições financeiras, acostumadas com o “porto seguro” dos títulos da dívida.
Isso também mostra o verdadeiro motivo pelo qual o Brasil ainda paga uma das mais altas taxas de juros do mundo: viabilizar o pagamento da dívida, por meio do chamado “refinanciamento”, ou seja, atraindo investidores para a compra de novos títulos, para que o governo possa pagar a dívida que está vencendo. Isso também mostra o quanto o governo depende do “mercado” para pagar uma dívida colossal, visto que esta somente pode ser paga por meio da tomada de novos empréstimos.
Em suma: a decisão do governo de tributar a poupança é extremamente nociva, tirando os recursos do setor produtivo para direcioná-los, mais uma vez, à dívida pública, que não gera um só emprego.