Ainda que a manifestação dos estudantes de hoje não tenha sido tão grande quanto necessitamos para rachar a base de Yeda, foi mais um passo importante na construção da mobilização, junto com o ato dos servidores que cobriram com panos pretos vários monumentos, denunciando o deputado Coffy, que “nos cobre de vergonha”. A pergunta que fica é: se estamos diante do maior escândalo de corrupção da história do Rio Grande do Sul e Yeda já não tem apoio popular por que as manifestações não ganham mais força? Duas explicações me parecem relevantes para esse fenômeno: primeiro, as pessoas estão descrentes, enojadas e cansadas de assistir aos sucessivos escândalos que atingem praticamente todos os grandes partidos, inclusive o PT do mensalão. Muitos já pensam que política é isso mesmo, não tem jeito. A impunidade gera a banalização da corrupção, e a falta de perspectiva de que as coisas podem mudar. Isso interfere, com certeza, no ânimo das pessoas para sair às ruas. Mas há outra questão a ser levantada. Cadê o PT? O maior partido de oposição à Yeda tem restringido sua atuação contra o governo aos fóruns da Assembleia Legislativa, onde Stela Farias se debate em uma CPI que não vai prosperar se não houver pressão.
Os principais líderes do partido, seu presidente Olívio Dutra, seu candidato a governador Tarso Genro, estão calados. O partido não puxa a luta, não contrói a mobilização. Assim fica parecendo que o PT só quer desgastar Yeda para tentar ganhar as eleições do ano que vem, mas não quer mesmo derrubá-la.