A minha participação no seminário da Fundação Lauro Campos, ontem, foi muito produtiva. Pela manhã tivemos um interessante painel sobre a situação econômica mundial com os economistas François Chesnais (França), Jorge Bernstein (Argentina) e Leda Paulani (Brasil). Para sintetizar uso uma frase do professor argentino: “Não estamos vendo o início do fim da crise, como muitos dizem, mas sim o fim do seu início.” Em seguida participei de painel com vários camaradas latino-americanos, inclusive um dos líderes da resistência ao golpe em Honduras. Eles estão hoje no dia 53 da resistência, mantendo uma média de 100 mil pessoas todos os dias nas ruas do país, protestando contra o golpe. Apesar da retórica de Obama, está claro que a CIA está por trás do golpe. Na verdade há uma contra-ofensiva imperialista na América Latina, uma reação à existência de governos como o de Venezuela, Equador e Bolívia, que romperam com a dependência política do imperialismo e estão implementando políticas soberanas. O golpe em Honduras e as novas bases militares na Colômbia são uma expressão clara dessa tentativa de desestabilizar esses governos e derrotar os povos que começaram a conquistar sua verdadeira independência. No Brasil, estamos muito atrás. Lula não é o Uribe, da Colômbia, mas cumpre o nefasto papel de bombeiro na América Latina, contraponto às políticas de enfrentamento ao imperialismo levadas adiante em Venezuela, Equador e Bolívia. Por exemplo, enquanto na Bolívia eles estão nacionalizando o gás, aqui o nosso subsolo está nas mãos de Daniel Dantas. No Equador foi realizada a auditoria da dívida e aqui Lula segue sem questionar a sangria de recursos que consome 30% do orçamento do país em juros.
Seminário muito interessante