Manifestantes cobram saída de José Sarney da presidência do Senado
Uma manifestação pacífica, organizada pelo PSOL, para cobrar a saída de José Sarney da presidência do Senado terminou em agressões por parte das polícias Militar e Legislativa e duas prisões de militantes do partido. Com uma faixa “Fora Sarney e todos os corruptos”, os manifestantes subiram na marquise das cúpulas do Congresso e cantaram palavras de ordem, cobrando a renúncia de Sarney e a apuração das denúncias.
Os militantes do PSOL foram retirados da marquise do Congresso. Os seguranças confiscaram a faixa, que depois só foi devolvida com a interferência dos parlamentares Ivan Valente, Chico Alencar e José Nery.
Segundo o presidente do PSOL no Distrito Federal, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho, os policiais chegaram sem qualquer forma de diálogo, com cacetetes em punho e aparelhos de choque contra os manifestantes. “Uma polícia sem preparo que agiu com truculência e violência”, definiu Toninho, que também foi atingido na mão por um golpe de cacetete. Ele afirmou que iria registrar queixa nas polícias Legislativa e Civil. “Pode-se roubar no Senado e não se pode manifestar”, disse, indignado.
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente, também criticou a atitude das polícias e afirmou que a atuação é de responsabilidade do Senado. “A manifestação deveria acontecer dentro do Senado, mas impediram de entrar. Foi feita do lado de fora e duramente reprimida. Os militantes foram duramente agredidos. Repudiamos esse tipo de atitude.”
Para o deputado Chico Alencar, há uma indignação enorme da sociedade brasileira diante das denúncias envolvendo o senador José Sarney e contra sua permanência na presidência do Senado. “O direito à manifestação é livre. Fui socorrer os manifestantes e recebi um caloroso abraço de um dos seguranças. Há um excesso de zelo ao patrimônio, mas não há o mesmo zelo em relação à postura ética.”
Depois de encerrada a manifestação, dois militantes do PSOL, Rodrigo Pereira, funcionário da Liderança na Câmara, e Isaac da Silva, do gabinete de Alencar, foram detidos pela Polícia Legislativa quando entravam no prédio da Câmara dos Deputados. O argumento dos seguranças foi que eles estavam participando do ato. Ambos foram colocados dentro do camburão da polícia, sendo que um deles chegou a ser algemado, e levados para a unidade da polícia no Senado. Só foram liberados com a chegada e interferência de Alencar e Valente. “Foi uma arbitrariedade, que completou a truculência dos seguranças”, disseram.
Fonte: Liderança do PSOL