Tive a deferência de ser convidada para a festa do Paulo Sant’Ana, comemoração dos seus 70 anos. E que 70 anos! O ótimo vídeo exibido durante a festa, com cenas geniais da vida dele, mostrou para mim que ele é realmente uma figura maravilhosa. Poderia elencar várias razões para justificar esse adjetivo, mas fico com uma só: ele é livre. Liberdade que ele exerce estabelecendo os seus próprios limites, mas que não o impedem de remar na contramão, se ele estiver convicito de que está do lado da justiça. No passado recente, me lembro de duas ocasiões desse tipo. Quando ele saiu de carroça pela cidade, para mostrar que o carroceiro é um ser humano sofredor, e não um estorvo que tem que ser removido da rua para que os carros possam andar mais rápido. E quando ele denunciou, depois de um telefone meu contando a história, o surto da bactéria Acinetobacter que interditou uma UTI no Pronto-Socorro, matando pacientes ali e no Conceição. Foi graças ao Sant’Ana que o Rio Grande soube da irresponsabilidade com que vinha sendo tratado o surto, e do risco que todos os doentes estavam, e ainda estão, submetidos. E ele sofreu pressões para calar, mas não se intimidou, teve coragem. E quando a liberdade e a coragem se encontram, só pode resultar algo, ou alguém, maravilhoso!
A festa do Sant'Ana