Correio do Povo, 3 de março de 2009
Correio do Povo, 3 de março de 2009

| Saiu na Imprensa

PSol afirma que provas surgirão logo

O Partido dos Trabalhadores e o PSol receberam com críticas as acusações da governadora Yeda Crusius. O presidente do PSol, Roberto Robaina, diz que o ataque e o pacote de obras são tentativas da governadora de tirar o foco das denúncias. Afirmou que elas são verdadeiras e garantiu que serão provadas nos próximos dias. ‘Este governo está com os dias contados’, avisou.

No PT, o pacote foi recebido com críticas. ‘Não é um pacote anticrise econômica, mas de anticrise política’, avaliou a deputada Stela Farias (PT). Segundo ela, o governo lança um plano de obras de ocasião, que não apresenta nada novo. ‘Quase a totalidade delas está prevista no Orçamento deste ano e já foram divulgadas pelo ex-secretário da Fazenda Aod Cunha’.

As críticas são endossadas pelo deputado Adão Villaverde (PT). ‘São obras requentadas, inclusive de governos anteriores. Este governo, portanto, não começou a governar’.

Yeda ataca a oposição e a ‘direita golpista’ em discurso
Governadora disse que denúncias contra o Piratini são requentadas e agressivas

A governadora Yeda Crusius respondeu ontem, durante pronunciamento no Palácio Piratini, às acusações feitas pelo PSol, na semana passada, de existência de um suposto caixa 2 na sua campanha eleitoral e de desvios de recursos do Detran gaúcho. Acompanhada por todo o secretariado, a quem convidou para subir ao palco, Yeda acusou a oposição ‘pseudorrevolucionária’ de se juntar a uma ‘direita golpista’ para atingir o seu governo.

A governadora afirmou ainda que as denúncias são requentadas e feitas por uma minoria. De acordo com Yeda, seu governo não é de fugir de nada e, nem ela, foge de alguma coisa. ‘O tema central é essa denúncia requentada de corrupção. É isso que ganha os espaços das manchetes. As interrogações do mundo lá de fora. Mas como? O Ministério Público Estadual não provou a lisura daquilo pelo qual a governadora era acusada? De ter relações com o Detran, que a casa que ela comprou era uma casa que tinha a ver com o Detran?’, queixou-se. ‘Por que de novo, se o MPE provou a lisura da compra?’, disse a governadora. Yeda perguntou, então, se o Rio Grande do Sul tinha tradição golpista e reafirmou que as denúncias são desrespeitosas e agressivas.

Segundo ela, a sua indignação é total como pessoa, mas salientou que, como governante, confia nas instituições. ‘Essa questão está no âmbito do Judiciário e eu respeito o Judiciário e sei que ele é bom. Que ele vai cumprir a sua função de investigação. Eu, pessoa, quero. Nós, governo, queremos investigação até último limite.’ Para ela, quem quer requentar as denúncias não gosta da democracia e não respeita o voto. ‘Temos que respeitar o Judiciário do RS’, concluiu Yeda.

Para Feijó, críticas não são para ele

O vice-governador Paulo Feijó (Dem) quebrou o silêncio para comentar a acusação de que a ‘direita golpista’ estaria aliada à oposição para engendrar um golpe. ‘Extrema direita ou esquerda pseudorrevolucionária…Mas onde eu estaria enquadrado?’, indagou. Em seguida, acrescentou: ‘Ela não está se referindo a mim. Eu sou liberal democrata’. Feijó disse que não tem o que dizer sobre as denúncias do PSol. ‘Há instituições competentes investigando o assunto. Eu só lamento que o Estado passe por mais este desgaste’, finalizou.

Telefonemas podem esclarecer morte

O atual chefe da representação do governo do Rio Grande do Sul em Brasília, Mário Nogueira, depôs ontem sobre a morte de Marcelo Cavalcante, seu antecessor, encontrado no dia 17 no lago Paranoá. Nogueira disse acreditar que o caso será elucidado com a quebra do sigilo telefônico de Cavalcante. Ele afirmou que o amigo não tinha motivos para se matar. A filha de Cavalcante, Marcela, depôs por 30 minutos, mas teve de ser interrompida por estar muito emocionada. Hoje falará Antônio Cavalcante, pai do ex-representante do governo gaúcho em Brasília.

TALINE OPPITZ

Apartes
Lair Ferst e seu advogado, Lúcio Constantino, decidiram não ingressar na Justiça contra o PSol, pois se trata de ‘manifestação política sem interferência no inquérito’.