A decisão do Superior Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul de reconhecer o direito de um casal de mulheres de adotar uma criança é inédita no Brasil, mas não surpreende que este ineditismo venha do Rio Grande do Sul. A desembargadora aposentada Maria Berenice Dias, que chegou a ser presidente do Tribunal de Justiça do RS, desenvolveu uma intensa luta pelo reconhecimento das uniões homoafetivas ( termos que ela própria cunhou). Ela também fundou Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), entidade que ajudou a transformar o entendimento tradicional do que é uma família, buscando validar legalmente os relacionamentos homoafetivos. Autora do livro “Homoafetividade – o que diz a Justiça” ela também fundou o Jusmulher e é reconhecida internacionalmente por suas posturas progressistas em relação aos direitos da mulher na sociedade. Em 1973 ela foi a primeira mulher a ingressar na magistratura no Rio Grande do Sul. Fez história. Neste momento histórico, em que o STJ/RS reconhece pela primeira vez uma de suas mais importantes lutas, merece ser lembrada e homenageada.
Adoção por casal homoafetivo: hora de homenagear Maria Berenice Dias