O caso do Adriano, jogador do Flamengo, abriu um debate sobre o uso do álcool entre os jogadores. Hoje o médico do Flamengo “surpreendeu” dizendo que todos os jogadores bebem. A questão não é essa. O problema do Adriano parece ser muito mais grave do que beber umas cervejinhas. Ele demonstra sinais de alcoolismo e/ou drogadição. Isso é uma doença e não um mau comportamento. Muitas vezes trata-se do uso abusivo do álcool como uma questão de comportamento, mas há casos, e muitos, em que é uma questão de doença e merece tratamento, não repreensão. Isso não se aplica só aos jogadores. Quantos jovens ou adultos pais de família são vistos como “bêbados irresponsáveis” quando na verdade estão doentes? A sociedade precisa encarar o problema do alcoolismo na sua real dimensão. Não como uma questão moral mas como uma questão de saúde. A mesma coisa vale para o uso do crack ou outras drogas pesadas. Não se trata apenas de reprimir, prender, classficar os usuários como marginais, é preciso oferecer tratamento. Para alguém como o Adriano isso não seria problema pois ele tem bastante dinheiro. Mas para a maioria das pessoas que não pode pagar um caríssimo tratamento a situação é crítica. O poder público não oferece serviços gratuitos em quantidade suficiente. E enquanto a sociedade olhar o álcool e as drogas apenas sob o ponto de vista moral isso não vai mudar.
Adriano e o álcool