As eleições do dia 29 de novembro em Honduras não têm nenhuma legitimidade. Não pode haver eleições livres e democráticas num regime gestado num golpe de Estado que tirou do governo o presidente Manuel Zelaya que continua cercado na Embaixada do Brasil. Um regime que se mantém no poder graças à repressão, com o exército nas ruas, que já conta com mais de 20 assassinatos políticos, que censura e fecha os veículos de comunicação independentes e tem milhares de denúncias pela sua violação de direitos fundamentais. Um golpe que se apoia na minoritária oligarquia hondurenha, e que está levando o país a uma crise global da qual não tem saída sem uma Assembleia Constituinte soberana, como defende certeiramente a Frente Nacional de Resistência.
Uma parte importante e majoritária dos governos latino-americanos tem assumido a correta postura de não reconhecer o governo nascido dessas eleições. Em contrapartida, o governo dos EUA tirou sua máscara de “democrata” ao apoiar essas eleições nascidas do golpe. Tem sua lógica, já que desde o começo os golpistas contaram com a colaboração e participação dos militares ianques e da sua inteligência para desenrolar sua ação.
A Frente Nacional de Resistência e o legítimo presidente Zelaya já anunciaram que não irão às urnas e que boicotarão a farsa eleitoral. O PSOL se soma a todos os que rechaçam essas eleições e se solidariza com a Resistência, que exige a restituição incondicional do presidente Manuel Zelaya Rosales à presidência da República de Honduras.
São Paulo, 25 de novembro de 2009
Secretaria de Relações Internacionais do PSOL