Faltam 25 dias para a conferência de Copenhague, que deve estabelecer um acordo para reduzir a emissão de gases-estufa, principais responsáveis pelo aquecimento global que ameaça o planeta. Manifestantes têm se reunido diante do Centro de Convenções da ONU, em Bancoc, onde ocorrem as conversas preparatórias à convenção, que acontecerá em Copenhague no dia 7 de dezembro. Os protestos são pelo pouco engajamento dos países, manifestado nas negociações.
O Brasil também não está colaborando como deveria. Depois de ter sinalizado que evitaria um compromisso ambiental, o governo Lula recuou diante das pressões e deverá estabelecer uma meta “voluntária”, que pode ser de 40% de redução até 2020. O lobby das empresas poluidores é muito forte, que vão aos encontros internacionais para convencer os países a adotarem suas sugestões. O objetivo delas é atrasar os cortes de emissões e incluir no texto do acordo de Copenhague uma série de concessões para reduzir custos. O governo brasileiro, com sua proposta de redução voluntária segue a orientação dessas empresas cujo principal objetivo segundo John Novak, do Instituto de Pesquisas em Energia Elétrica, é impedir “uma redução obrigatória em menos tempo do que a tecnologia suporta”.
A Shell vem investindo esforços no “convencimento” do governo brasileiro, diz David Hone, assessor climático da multinacional. A situação é grave. O planeta está ameaçado e os governos vêm cedendo aos interesses das grandes empresas poluidoras. A conferência de Copenhague pode acabar sem garantir nada, e o Brasil com sua proposta de redução voluntária faz o jogo das empresas.