Apesar do repúdio maciço ao seu governo e da maioria esmagadora da população saber que as denúncias de corrupção são verdadeiras Yeda vai escapar do impeachment. Ao meu ver, por vários motivos, todos eles relacionados entre si:
Não houve mobilização suficiente da sociedade. Mesmo repudiando a governadora, os gáuchos não saíram às ruas para protestar. Apesar dos esforços do PSOL, do CPERS/Sindicato, do Fórum dos Servidores, as mobilizações foram pequenas. As pessoas não acreditaram que era possível derrubá-la, e a banalização da corrupção também gera imobilismo. O PT não ajudou. O maior partido de oposição à Yeda não mexeu uma palha para derrubar Yeda, preferindo o desgaste lento, para que pudessem capitalizar nas eleições. Seu candidato a governador e seu presidente estadual – as duas maiores figuras do PT no Estado – nada disseram sobre o impeachment. Ao não haver mobilização da sociedade, a base de sustentação de Yeda, apesar das crises, permaneceu unida. Isso aconteceu também por que todos os partidos da base (PSDB, PMDB, PP e PTB) estão envolvidos nas falcatruas, seja na operação Rodin, seja na Solidária. Cortar a cabeça da governadora seria arriscar o seu próprio pescoço também. A Justiça também não ajudou, o que não surpreende, pois até Collor de Mello foi absolvido judicialmente. A Assembleia Legislativa não cumpriu seu papel de fiscalizadora do executivo. Foi omissa, covarde e cúmplice.
De nossa parte, estamos de consciência tranquila. Fizemos as denúncias, lutamos para que elas fossem devidamente apuradas, promovemos a mobilização. Sem ter um único deputado estadual do PSOL na Assembleia Legislativa fomos protagonistas fundamentais na luta contra Yeda. Nossa luta contra a corrupção e o demsonte do Estado vai seguir, tanto no cotidiano da nossa atuação política como também na batalha eleitoral que se avizinha. Pedro Ruas, nosso Dr. Impeachment, se apresentará como candidato a governador e vai mostrar que é possível tirar o Estado da lama e investir no que realmente importa aos cidadãos. Também tenho certeza que a próxima legislatura da Assembleia vai contar com uma aguerrida bancada do PSOL, encabeçada por Robaina, que foi uma peça fundamental em todo o trabalho feito por Pedro Ruas e por mim na luta contra Yeda. A última palavra será dos gaúchos.