A mini-reforma eleitoral aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado foi elaborada sob medida para calar o PSOL nas eleições de 2010. Pela proposta, só terão assegurada sua participação em debates e entrevistas a veículos de comunicação os candidatos de partidos com no mínimo 10 deputados federais. O convite deve ser feito a pelo menos dois terços dos candidatos, sendo que as entidades promotoras não têm obrigação de convidar os postulantes com menor representatividade na Câmara, o que tornará os critérios bastante subjetivos.
A idéia dos parlamentares da situação e da oposição direitista é votar o projeto na Câmara a toque de caixa, retornando urgentemente para o Senado, a fim de que a sanção presidencial se dê antes de dois de outubro, podendo ter validade já para as eleições do próximo ano. Os grandes partidos, habituados com coligações eleitoreiras, querem calar a boca das siglas pequenas e sem rabo preso com o poder.
O PSOL, que sempre teve sua participação em debates garantida pela representatividade mínima na Câmara e por sua repercussão na sociedade, pode ter esse direito negado por contar com apenas três deputados federais. “É fundamental que nossas bancadas ponham a boca no trombone. Essa limitação é uma reedição disfarçada, e piorada, da cláusula de barreira, já condenada pelo Supremo”, avalia o presidente da Fundação Lauro Campos, Milton Temer.