A comunidade da Escola Estadual Cívico-Militar Carlos Drummond de Andrade, em Alvorada, realizou uma manifestação na noite desta terça-feira (02/08) para denunciar a ocorrência de assédio sexual praticada por um professor de português contra alunas menores de idade. A deputada estadual Luciana Genro (PSOL), membro titular da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, esteve presente no ato prestando solidariedade às vítimas e se colocando à disposição para levar o caso à Comissão.
“O que vocês estão fazendo aqui é uma aula de combate à violência contra as mulheres e de combate ao assédio. O assediador e aqueles que silenciam as vítimas e tentam desacreditá-las precisam ser investigados e responsabilizados por seus atos”, disse Luciana Genro. O protesto contou com apoio do CPERS, do coletivo de juventude Juntos e da direção do PSOL em Alvorada, representada pelo presidente Pedro Feltrin e por diversas militantes presentes no ato.
Pelo menos duas alunas do 8º ano, ambas de 14 anos, registraram um boletim de ocorrência contra o professor de português por assédio sexual. Mas integrantes da comunidade escolar afirmam que outras 30 estudantes teriam relatado ser vítimas da conduta assediadora do docente – contudo, por serem menores de idade, precisam de autorização familiar para registrar a denúncia. O professor encontra-se afastado das atividades na escola.
Luciana Genro distribuiu na manifestação o Machistômetro, que é um marca páginas onde constam as diferentes graduações das violências de gênero praticadas por homens contra as mulheres, que começam muitas vezes com piadinhas inoportunas, ciúmes excessivos e podem levar ao feminicídio. A deputada tem levado esse material nas escolas, onde realiza palestras sobre combate ao machismo no âmbito da Emancipa Mulher, uma escola de formação feminista e antirracista que fundou em 2017.
Caso foi levado à Comissão de Direitos Humanos
Na manhã da quarta-feira (03) mães de duas das alunas participaram da reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Na oportunidade Luciana Genro sugeriu que a CDH solicite explicações à Seduc a respeito da situação, porque a diretora não tomou as devidas providências quando comunicada, além de auxílio psicológico para as meninas abusadas. A comissão ainda deve fazer uma visita à escola para dialogar com a equipe diretiva.
“Estamos passando por bastante dificuldade no retorno da minha filha à escola. Espero que esse caso se resolva! A escola devia ser um local seguro, oferecer um bom aproveitamento de estudo e não foi isso que aconteceu”, desabafou Ana Lúcia.
“Eles abusam de poder! Agridem verbalmente e fisicamente, intimidando as crianças. Além do que aconteceu com nossas filhas, que foram tocadas sem consentimento. A direção da escola não tomou providências e nem prestou assistência às alunas,” relatou Cláudia, indignada.
“Sem dúvida nenhuma essa é uma situação muito traumatizante e é preciso que se preste assistência não só aos envolvidos, como toda a comunidade escolar. A grande reclamação que eu percebi, ontem, na escola, é que a direção que se omitiu neste processo continua a frente da escola, o que tem gerado um grande descontentamento e insegurança dessas meninas e suas mães,” pontuou a deputada.