A deputada estadual e presidenta do PSOL gaúcho Luciana Genro se reuniu com policiais militares em Pelotas nesta sexta-feira (12/11) para tratar das demandas da categoria e da luta pela modernização da carreira dos praças da Brigada Militar. O encontro foi articulado pelo soldado Ederson Rodrigues e contou também com a presença do vereador do PSOL na cidade Jurandir Silva.
A reunião teve início com uma homenagem a Natara Pereira dos Santos, esposa do soldado William Santos dos Santos, morto em um assalto em Pelotas no último mês de maio, aos 30 anos. Natara relatou que ainda aguarda a liberação do seguro ao qual seus filhos, de cinco e oito anos, têm direito após a morte do pai. Luciana Genro se comprometeu a cobrar do governo sobre o assunto, para que a família não fique desamparada.
Luciana Genro também destacou o grande número de suicídios na corporação, relacionados diretamente à falta de perspectivas na carreira. No encontro, os policiais presentes relataram que estão sentindo a diminuição do poder aquisitivo, com o aumento de preços que não se reflete nos salários, e que perderam muitos direitos nos últimos governos.
O CTSP, concurso interno que ocorreu em julho deste ano, também foi alvo de criticas por parte dos brigadianos, que relataram casos de profissionais que estavam com problemas de saúde no momento das provas físicas e não tiveram chance de serem promovidos. “Os inativos e os familiares podem se mobilizar para que a nossa situação mude, porque para os que estão na ativa é mais difícil. Até mesmo a perspectiva em relação aos triênios e quinquênios não temos mais. Perdemos muitos direitos”, colocou Ederson.
Luciana Genro vem acompanhando a causa e conversando com muitos brigadianos sobre o assunto. “A militarização é o grande veneno da segurança pública, porque vocês estão amarrados a não poder fazer protesto. A Polícia Civil em comparação pode fazer greve, ter sindicato. Está todo mundo indignado, querendo mudança, mas ninguém quer botar a cara a tapa por medo de ser retaliado”, apontou. Ela também mencionou que mobilizações podem ser lideradas pelos familiares dos BMs.
Sobre o plano de carreira, a deputada lembrou que o prazo inicial dado pelo governo para o envio do projeto à Assembleia Legislativa era final de outubro, o que não ocorreu. “A gente tem brigado bastante sobre o plano de carreira, exigindo que parem de enrolar a tropa. Tenho cobrado insistentemente e tudo que recebo é enrolação. Disseram agora que seria no dia 18 de novembro esse envio do PL. Quando o projeto chegar, precisamos garantir que vocês sejam ouvidos e as vontades da categoria sejam respeitadas”, disse Luciana Genro.