A convite da deputada Luciana Genro (PSOL), Vivian Vieira dos Santos, diretora da Escola Estadual Professora Erica Marques, em Terra de Areia, foi à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (24) relatar aos deputados a situação da escola. A instituição está há três anos em obras e, segundo ela, a situação apenas piora ao invés de se avançar nas reformas. “Saiu do controle”, lamentou a professora.
A comunidade escolar procurou Luciana Genro ainda em junho, e o mandato da deputada vem cobrando do governo do estado desde então. “Tenho recebido inúmeros casos de escolas com obras atrasadas. Ainda em 2019 já pautamos isso aqui na Comissão e havia um problema relativo a engenheiros que pudessem fazer os projetos. Mas aparentemente isso tem se agravado e no caso de Terra de Areia é a única escola de ensino médio do município e já faz três anos que a obra está atrasada”, introduziu a deputada.
Vivian relata que a obra iniciou em 2018 e aparentava ser simples, com consertos necessários em banheiros, assoalhos e parte do telhado. A empresa acabou paralisando a obra e a escola perdeu parte dos recursos que tinha obtido na época, retomando as reformas apenas em 2020 com outro recurso. Devido a chuvas que atingiram a cidade em agosto e setembro, a nova empresa então pediu uma extensão de prazo, mas o governo demorou sete meses para responder à solicitação e autorizar mais 30 dias de obra. A empresa disse que não teria mais capital para manter os trabalhos.
“É essa morosidade do Estado que a gente observa, quando chega na Secretaria de Obras se arrasta o processo. Era uma coisa simples e hoje temos problemas elétricos porque a escola foi arrombada mais de 20 vezes, estamos pagando um segurança. Vamos todo dia na escola esperando uma surpresa, a escola está abandonada, não conseguimos dar conta”, afirma Vivian.
A própria diretora participou da Comissão de dentro do seu carro, o que relata ter se tornado de praxe dentre a equipe escolar, por falta de espaço físico adequado de onde realizar reuniões online na escola. “Como vamos dizer para um pai que pede transferência que seu filho deve ficar na nossa escola? É a escola que meu filho estuda, os filhos dos meus colegas, e vai chegar num ponto que até nós, professores, vamos ter que tirar nossos filhos daqui. A cada dia aumenta um item, é elétrico, é uma porta arrombada… É revoltante”, colocou.
Atualmente, a Erica Marques, que conta com 15 turmas por turno, só tem seis salas onde os alunos podem estudar, em um prédio locado com divisórias de MDF. As turmas de ensino médio e séries finais não têm sala de aula e seguem apenas com as aulas remotas. Vivian pediu apoio dos deputados da Comissão para resolver a situação da escola.
A Comissão se comprometeu a elaborar um ofício sobre a situação da escola, contendo o histórico das obras, para encaminhar à Secretaria Estadual de Educação. A secretária Raquel Teixeira confirmou presença na próxima reunião da Comissão, no dia 31 de agosto, quando os deputados também devem abordar o assunto.