Por Luciana Genro
A cultura de violência no futebol é uma praga a ser combatida. Tenho visto esforços importantes dos clubes, jogadores e torcedores. A repercussão majoritariamente solidária com a mulher que balançou uma camisa do Grêmio no espaço da torcida do Inter e foi agredida por outra mulher demonstra que cada vez mais a intolerância está sendo combatida.
O fato de ser necessária uma separação entre torcidas demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito a uma cultura de paz no futebol. Outros países já conseguem ter torcidas que convivem torcedores de times rivais, um pouco do que ainda tentamos avançar nas torcidas mistas. Para termos estádios cada vez mais tomado por mulheres, crianças, famílias, nenhum tipo de violência deve ser tolerada.
Precisamos com esse episódio aprofundar a discussão sobre a culpabilização da vitima, muito comum em outro tipo de situação. Em qualquer circunstância a vítima não pode ser responsabilizada por uma atitude de agressão gratuita. Esta é a premissa da qual temos que partir para então debater sobre a questão dos espaços reservados para cada torcida. E vamos lutar para unir as torcidas na busca de um ambiente saudável e seguro nos estádios de futebol.