Por Luciana Genro
A eleição de um fascista como Donald Trump nos Estados Unidos é a expressão da decadência do capitalismo e de como a crise econômica e a descrença na política podem produzir fenômenos tenebrosos. Trump é racista, é misógino e homofóbico, além de ser integrante de uma elite bilionária que nunca olhou para além dos seus próprios interesses. A luta será muito dura, mas tenho certeza que haverá muita resistência.
A campanha de Bernie Sanders arrastou multidões e demonstrou que existe uma parcela significativa da população norte-americana disposta a construir uma alternativa. O fato de ser Hillary, uma representante do establishment tradicional da política americana, a disputar com Trump ajudou este a converter-se na anti-politica. Mas creio que a própria classe média branca que elegeu o fascista Donald Trump vai perceber, com o tempo, que seu governo não vai melhorar a vida dos setores médios da sociedade. Será um governo de bilionários para bilionários, revestido com os piores preconceitos da humanidade. A esperança está nos trabalhadores, nos imigrantes, na população latina, nas mulheres, nas negras e negros e nos LGBTs, que saberão resistir e apontar um outro caminho em um momento tão difícil da história.