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| Saúde

 

Trabalhadores apresentaram dificuldades enfrentadas no dia-dia | Foto: Alvaro Andrade/´PSOL

Trabalhadores apresentaram dificuldades enfrentadas no dia-dia | Foto: Alvaro Andrade/´PSOL

Agentes de saúde de diversas áreas e regiões vinculados ao Instituto Municipal de Estratégia em Saúde da Família (IMESF) apresentaram uma série de problemas e dificuldades que enfrentam no dia-a-dia de atendimento à população de Porto Alegre. Em reunião com a candidata Luciana Genro na noite desta terça-feira (30/08), eles relataram problemas como assédio moral, falta de estrutura para atendimento nos postos, desvio de função, ingerência política e falta de critérios técnicos na tomada de decisões estratégicas para a gestão da saúde pública da capital.

Como exemplo da falta de planejamento foi citado o caso do combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, onde as equipes foram desviadas para atendimentos em outras áreas, reduzindo drasticamente as equipes de fiscalização e erradicação dos focos da doença. “Com certeza no verão teremos um surto enorme de dengue, pois é um trabalho que precisa ser feito 365 dias por ano”, disse um dos agentes das equipes de endemia presentes ao encontro.

Já técnicos de enfermagem relataram dificuldades para cumprir a função pois fazem atendimento burocrático nos postos de saúde e não têm condições mínimas de trabalho para orientar e atender os pacientes. Outra queixa generalizada foi a falta de segurança nos postos e as condições físicas precárias dos prédios.

A pendência jurídica que envolve a criação do IMESF também foi relatada no encontro. O Insituto criado pela prefeitura é uma entidade pública de direito privado, onde os funcionários, embora concursados, não são servidores públicos, o que gerou questionamentos em que a Justiça já declarou a ilegalidade do órgão, deixando os trabalhadores na incerteza e ameaçando a população de descontinuidade no atendimento de saúde, uma vez que mais de 1000 funcionários da Estratégia de Saúde da Família estão vinculados ao IMESF.

“Estamos com essa faca em cima da cabeça permanentemente”, desabafou uma agente de saúde.

Luciana Genro garantiu que ao ser eleita prefeita vai priorizar critérios técnicos para indicação de diretorias e proporcionar condições mais dignas de trabalho. “Não vamos impor chefias e coordenadorias. Não precisamos de indicações por critérios políticos e não vamos transformar a secretaria da saúde em uma moeda de troca com aliados. Precisamos sim de afinidade no sentido programático, e não partidário. Queremos ouvir os trabalhadores, porque são vocês quem mais conhecem a realidade”.

Quanto à indefinição jurídica sobre o enquadramento dos trabalhadores, Luciana avisou que o problema não pode ser resolvido imediatamente pois há questões legais que impedem decisões imediatas. “Não posso me comprometer que vocês vão ser convertidos em estatutários imediatamente. Queria fazer concursos para todas as áreas, mas também não vou fazer demagogia e prometer o que não posso cumprir. A área da saúde não pode estar terceirizada e essa sempre foi nossa posição na Câmara, mas as mudanças vão ter que ser feitas gradualmente e para isso faremos concursos públicos e temos o compromisso em universalizar a cobertura em saúde da família”, disse.

Luciana ainda sinalizou com medidas estruturantes que podem reduzir o número de pacientes nas Unidades Básicas, como o serviço de telessaúde, que visa agilizar diagnósticos e orientações entre médicos e pacientes para reduzir o fluxo de pessoas nos postos.